Em BH

| 10 Comentários

Estou na capital mineira. O ônibus atrasou ontem 2 horas. A linha era Salvador-Belo Horizonte, mas, por uma dessas máfias que as empresas de ônibus têm, vi num ônibus da linha Natal-São Paulo. Viagem ruim, mas até aí sem novidades. O ônibus não para na rodoviária.

Estou no hotel. Nada mais confortável do que um quarto de hotel. Tudo simples, espartano, legal. Refúgio e consolo pela viagem ruim. Nada mais oprimente do que um quarto de hotel. Não há identidade, não há vida. Só é refúgio mesmo, e mais nada. O ar seco do ar condicionado e a falta que faz ouvir uma voz humana do outro lado. O café-da-manhã, por mais gostoso, não ajuda. Estamos em Minas Gerais, e o pão de queijo que serviam era horrível. A tomada para laptop que disseram que tinha nos quartos é apenas a tomada telefônica – sim, estou conectado por via discada, graças ao bom e velho iG (séculos que eu não usava), a 26.400 (ahhhh, bons tempos os da Mastergate… ;).

Tenho um dia inteiro pela frente. Tem feira hippie hoje (deve ser a única coisa que acontece aos domingos em Belo Horizonte). Mas não quero sair do hotel, esse refúgio-prisão. Aqui pelo menos tenho a sensação de estar em paz, apesar de saber que estou, na verdade, sozinho.

Não sei se já falei sobre o que penso de Belo Horizonte. Acho que é uma cidade de causar inveja aos brasileiros. Limpa, organizada, descolada. Mas talvez seja uma cidade não tão brasileira assim. Segundo alguns mineiros, é apenas uma grande cidade do interior (injustiça, acho a cidade bem cosmopolita, ainda que um tanto conservadora). Mas falta um tempero nessa cidade. Não sei se falta um pouco do povo falando alto, como em Salvador. Ou de diversos sotaques, como São Paulo. Gosto daqui, mas acho que não me sentiria bem vivendo aqui – acho a cidade um tanto quanto enclausurante. Mas estou em um hotel, hotéis são sempre enclausurantes, você poderá dizer. Não, já estive em BH antes. Muitas vezes. Mas, embora também tenho uma ponta de inveja da qualidade de vida daqui, tudo me parece meio kitsch. Vai ver porque não é a Bahia, e baianos são assim: vão pra todos os lugares só pra ficar falando como a Bahia é maravilhosa (e não sei se é tão maravilhosa assim… eheheh). Mas um conquistense sempre se sente meio a vontade em Minas (100km de distância da fronteira explicam isso).

Autor: francis

the guy who writes here... :D

10 Comments

  1. não seria “opressor”.. o quarto do hotel… hehehehehe… essas pessoas que ficam corrigindo gramática são um saco, né?

  2. “oprimente” e opressor são sinônimos, veja só.. :o)))

  3. Menina, eu já ia corrigir… ehehehh

  4. Ai, ai, saudade de Minas… aqui lhe escreve um mineiro-quase-baiano-american-wannabe (Valadares), morando no interior paulista-quase-mineiro-american-sucker (Campinas). Também acho BH meio sem sal, mas as mulheres mineiras – as de BH, principalmente – são o que há!

    Sou seu colega de WordPress. Parabéns pelo blog!

  5. eu gosto muito de BH e da Bahia também…vai ver faltou conhecer uma mineirinha lá para voltar mais encantado com a cidade…modesta parte, nós somos muito companheiras e amigas, ainda masi em momentos de solidão… bjo

  6. Ahhh, realmente… faltou eu dizer isso no post… as mineiras são ma-ra-vi-lho-sas… pena que não tinha nenhuma lá pra me fazer companhia… 🙁

  7. Putz grila! Vc.falou mal de BH e vem de uma bosta de cidade que é Vitória da Conquista. Um lugar fudido. Achar que BH precisa de gente falando alto pelas ruas é ridículo.Achar que BH é enclausurante. OU vc.não percebeu de fato o que é BH ou não tinha o que dizer e escreveu esse monte de bobagens.

  8. Caro Fernando,

    Percebe-se, pelo seu comentário que você:

    a) lê mal;
    b) é extremamente mal-educado;
    c) provavelmente é um idiota.

    Poderia dizer que perdôo sua incrível descortesia, atribuindo-a a algum bairrismo. Porém, nem isso justificaria, já que, no que eu escrevi (e tenho direito de escrever o que quiser, ainda que você considere bobagem) não diminui nem um pouco BH. Aliás, se você se der ao trabalho de reler o que escrevi (o que duvido – idiotas não se dão ao trabalho de nada), verá que elogiei BH, apenas dando conta das diferenças entre ela e outras cidades, sob a MINHA ótica.

    Quanto a Vitória da Conquista ser uma “bosta” ou não, é opinião sua, que eu até poderia respeitar, mas, veio de um idiota, e idiotas não merecem respeito, merecem pena.

  9. Bom! parece que vcs estao discutindo de algo indicutivel. Eu sou Dominicano e cresci em BH, e realmente todas as cidades brasileiras sao maravilhosas, nao so pelas pessoas, mas tambem pela cultura e diferente paisagem. Agora moro aqui em Phoenix, AZ, que eh basicamente puro deserto e tambem tem a sua beleza desertica. O importante eh valorizar a essencia da formacao do local, e BH uma das melhores cidades que tenho vivido em todo o mundo.

  10. Acho que sempre iremos sentir falta da nossa cidade natal. Estou morando em BH faz um pouco mais de um ano e não estou gostando. Quando vim pela primeira vez achei a cidade muito bonita, pelo menos na região central, pois as ruas são bem arborizadas e adoro isso, os prédios antigos são muito bonitos. Mas depois de um ano, sinto falta é de SP! pois aqui não tem nada para se fazer, os restaurantes têm sido decepcionantes. O trânsito, nem se fala, gente mal educada, fecha cruzamento, não respeita pedestre, fecham e faixas de uma vez para poder virar para entrar na rua que querem, é uma loucura de motoristas, sem falar nos motoristas de ônibus que ficam na faixa expressa e depois querem te fechar de qualquer jeito para parar no ponto…
    No geral, acho o povo muito folgado, sem cerimônias, logo se acha amiguinho e deixa os bons modos de lado… acho que gosto mesmo é da idéia que tinha antes dos mineiros (antes de vir para morar). A idéia que eu tinha antes era de povo acolhedor, simples, que gosta de uma prosa…
    BH é assim, cidade grande com gente que parece do interior, mas que ficou folgado, essa é a minha definição do povo. Ganharam dinheiro e não sabem gastar, ganharam status, mas não tem educação, é claro que estou generalizando… tem gente boa demais.

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