O poema

| 12 Comentários

Estava na rua, e ao regressar, viu um número novo no seu identificador de chamadas. Arguto, percebeu que aquele número era proveniente de sua cidade natal. Além de arguto, é curioso: quis saber quem teria ligado de sua terra. Chamêmo-lo de Carlos.

Ligou, atendeu uma voz jovem. Explicou que vira o número em seu telefone, e perguntou se alguém lhe chamara. A voz jovem pediu que aguardasse e, minutos depois, escuta uma voz de alguém de sua idade, que ouve atentamente nova explicação do porquê daquele telefonema.

A voz da senhora, então, diz: “É você, Carlos?”. Ao que ele confirma. A pessoa, então, na esperança de que ele a reconhecesse, começou a desfilar memórias do tempo em que eram apenas jovens em um Ginásio. E ele não se recordava…

Então a senhora apelou: “Pois veja, vou te repetir um poema que um dia fizeste pra mim, e quem sabe te lembrarás”. Ao ouvir o primeiro verso, Carlos, tomado por grande emoção, repetiu todos os demais. E perguntou: “É você, Ana?”. Era.

Ana sabia de memória todo o poema. Carlos sabia a primeira estrofe. Escrevera aquele poema para Ana, mais de cinquenta anos atrás. Tinha 14 anos. Ana foi a sua primeira namorada. Nunca se viram nem se falaram desde então. Até que, ao voltar da rua, viu um número novo no seu identificador de chamadas…

(o fato é verídico, os nomes não, e fiquei completamente sem sentido ao ouvir a história, que me pareceu linda como a vida, pura como a vontade de estar perto de quem se gosta)

Autor: francis

the guy who writes here... :D

12 Comments

  1. menino… agora me deu vontade de chorar…

  2. Adorei seu blog…como você é apaixonado por, entre outros, telecomunicações, saberia dizer se é possível desbloquear o Bluetooth do Motorola V600? Ele não permite envio de jogos, nem de MP3 nem de ringtones…

  3. Cara Marina,

    Obrigado por seu comentário!

    Veja, nunca usei algum celular que não fosse Nokia ou Sonyericsson, então não poderia lhe responder. Você tem um adaptador bluetooth em seu computador, ou está querendo transferir de outro celular? Sim, porque Bluetooth, normalmente, não é bloqueado… Por que você diz que o seu está bloqueado?

    Um abraço!

  4. Isso prova que tempo e distância são fatores irrelevantes quando o amor existe!!!
    A vida proporciona esses reencontros a quem, independente do motivo, teve sua história de amor interrompida… Cabe aos envolvidos aproveitar esta oportunidade…
    É uma grande lição…
    Espero que esse casal ainda seja muito feliz, juntos….
    Bjs

  5. Gostei muito do seu Blog, baiano. É bem inteligente e sarcástico. Voltarei sempre aqui. Valeu!

  6. Obrigado Junior! Volte sempre!

  7. Lindo este caso…Acho que com a saudade que sinto, daqui há alguns dias estaremos assim…rs…Você liga lá para casa e eu vou tentar te fazer lembrar…rs…Ah, venho te ver quase todos os dias! Beijos

  8. Ahh, Larinha, talvez o que precisamos é justamente isso: escrever poemas, para um dia deles nos lembrar… Mas… se existem momentos poéticos, talvez não precisemos tanto assim escrever poemas… Mas o que vou dizer pras pessoas para que elas se lembrem de mim? Pra você eu já sei… eheheheh

    Abará escrevia uma porrada de poemas – o melhor deles, acho, foi o lançamento do Movimento “Ab Ovo”. Bom, Abará é Abará… ehehehe

  9. Esse “poema” faz lembrar o casal Firmina Daza e Florentino Ariza de “Amor nos Tempos do Cólera”. Gostei muito da história. Mais uma coisas Francis, esta pôrra do meu Safari continua sem abrir o seu blog, postei e esse comentário pelo Netscape.

  10. Eltão,
    Realmente, há um que de Garcia Marques na história!
    Fico feliz de você ter resolvido o problema do Safari! Finalmente, né tio? 😀

  11. Caracas, que história massa!! Tem um que de fantástico..não o programa, o sentimento.
    Um abraço

  12. Adorei ler e voltarei..Aplaudo seu blog,textos interessantes..

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