Estava eu numa palestra na semana passada, sentado no último banco. A palestra era de um estrangeiro, que falava com um sotaque carregado, o que me distraia. Não sei porque, mas brasileiro não leva quem fala com sotaque à sério. Você já viu na TV alguém com sotaque forte? Já viu algum jornalista falando em português de Portugal? Isso é impensável aqui. Em outros países é comum ver gente falando com sotaques variados, mas a Globo impôs um padrão em termos de fonética que nos tornou um pouco intolerantes a modos diversos. Tanto assim que programas falados em “nordestino” soam caricatos, exóticos. Por isso tem tanta gente de Conquista nos meios de comunicações, porque nosso “sotaque” é neutro… ehehehe (sim, podem cair matando…)
Mas enfim, estava eu lá, distráido, na última cadeira, pensando na morte da bezerra, quando encontrei-me tirando melequinhas do nariz. Como diz meu amigo PE, há certas situações em que é impossível não se tirar meleca. Dirigindo, por exemplo. O dedo vai certinho. Descobri que, em palestras, há a mesma propensão. Ou ao esperar mensagens no MSN. Acho que já comentei isso aqui.
Tava eu lá, cutucando o nariz, quando um velho amigo aproxima-se para me cumprimentar. Eu estava naquela fase de tentar me livrar da meleca. Mas não teve jeito: o cara estendeu a mão e eu, sem jeito, tive que proceder ao cumprimento.
Minha mão, ao voltar, estava livre da meleca… Merda… Será que ela caiu antes, ou ficou na mão do cidadão???? Não sei, mas acho que minha curiosidade é maior do que minha vergonha… Acho que vou perguntar:
“Ei, Dudu, você por acaso ficou com a minha meleca?”
eheheehhehehehehh
14/11/2005 em 14:35
Valeu pela risada. Adorei a historinha sobre a trajetoria da meleca. hehehehe