Olha, eu votei no Lula. Acho que o Governo, como todo governo que o Brasil teve nos últimos anos, não tem uma visão muito programática da coisa, ou, se tem, não a comunica bem ao público. A impressão que se tem é que patinam um pouco. Todo mundo entende mais ou menos qual é a política externa do nosso Governo. Só isso parece claro. Mas e a política de Telecomunicações? Qual é?
As únicas coisas que temos ouvido que a Anatel tem feito são aplicações de multas. E só. As empresas estão fazendo o que querem. Vejam vocês: recebi 4 contas de vez, resultado de retificações em contas de 4 meses distintos. Retificações porque a operadora cobrava tudo errado. O óbvio: o pagamento de tais contas seja parcelado, pois não é razoável que se cobre 4 contas de uma vez só. A operadora não quer parcelar. Não quer, e pronto! E fica assim mesmo!!! As operadoras, nas grandes cidades, tem áreas de sombra consideráveis, e não se nota que liguem pra isso. Nossa Agência reguladora parece estar desatenta para a qualidade dos serviços que deveria fiscalizar com rigor!
Sobre o padrão da TV Digital, nem se fala. É coisa pro ano que vem (como sempre foi). Primeiro se falou em um possível padrão nacional, agora parece que recuperaram o bom senso. Por melhor que seja estimular a tecnologia, hoje o contexto do país é outro – as pessoas viajam, conhecem o mundo e não vão querer fazer parte de um sistema fechado.
Já a velha portabilidade numérica só agora no meio do ano é que irá para consulta pública. Portabilidade numérica é a possibilidade que o usuário tem de ser titular do seu número, mantendo-o ao migrar para outra operadora. Agora pensem cá comigo: você não já hesitou em trocar de operadora para não perder seu número? Pois é – esse seria um grande avanço nas nossas relações com esses monstros que são as operadoras brasileiras. Mas o governo até hoje não tocou no assunto, porque o sofrimento do consumidor parece-lhe pequeno – só pode ser isso.
Bom, se não fizeram nada em aspectos cruciais, importantes, das telecomunicações, o que fizeram? Ao que eu saiba, só aplicaram multas. E defenderam a tal assinatura mensal fixa para telefones. E só. Ora, se não querem ajudar, que não atrapalhem, caralho! Eu só mantenho telefone fixo em casa por 2 razões, embora se a primeira delas deixasse de existir talvez eu deixaria de tê-lo: 1 – a conexão de banda larga aqui é vinculada ao plano de telefonia fixa (diferente dos EUA onde, se não me engano, pode-se pedir a “naked DSL”, ou seja, só a conexão, sem o serviço telefônico) e 2 – parentes que moram fora que me ligam. Tentaria resolver o segundo problema ligando, eu mesmo, pra eles.
Já celular é um eterno dilema. Quase saio da Oi semana passada, por causa desse problema das contas. Erraram todas as minhas contas nesse ano e, quando corrigiram, mandaram tudo de vez. Quem tem paciência e dinheiro pra lidar com isso? Quis cancelar, mas me deram alguns salamaleques, e prometeram que vão parcelar, para me manter como cliente. Confesso que quando vier a portabilidade vou passar por todas as operadoras – chega de ser escravo.
Outra coisa irritante: mesmo após a justiça dar ganho de causa aos usuários de Speed e de Velox, pela absoluta desnecessidade técnica de contratação de provedor para acesso à internet por DSL (e acho que por cabo também), a Anatel continua a apoiar a causa dos grandes. O problema é que o usuário de banda larga é obrigado a contratar um provedor, somente por força de lei, porque tecnicamente isso nào é necessário. Se isso fazia sentido para preservar provedores pequenos, qual o sentido que isso faz hoje, que só tem cachorro grande na parada? O mercado tá quase todo cartelizado! E a gente convive com essas coisas no Brasil, e ninguém parece querer tomar uma atitude clara sobre o assunto. E isso sem contar que virou uma máfia: a operadora acaba sendo remunerada pelos próprios provedores! Ela fixa o preço cobrado por cada usuário, deixando de fora provedores menores que gostariam de entrar nessa boca livre. Um provedor de um amigo, extinto, nunca conseguiu conversar com a Telemar para ofertar DSL… Faziam-se de surdos.
E sobre o tal PC conectado: eu sou a favor a qualquer tentativa de se baratear computadores, entendendo que todo um País só se desenvolve quando há acesso irrestrito à informação a aos meios para obtê-la. Não seria o caso de ter impostos baixíssimos para computadores, qualquer que seja ele? Incentivar o uso maciço deles? Agora me expliquem lá isso: Porque impostos de importação de computadores na Europa são baixíssimos comparados com os nossos, e nunca vi nenhum político europeu reclamando do déficit comercial por causa da importação de computadores ou de “sucateamento” da indústria de informática nacional? Sim, porque aí se chega no ridículo de as empresas fingirem que fabricam aqui, o Governo finge que temos uma indústria de informática, e NINGUÉM compra a merda caríssima fabricada aqui! Parece que estamos num país composto apenas por retardados mentais! Olha, às vezes isso me irrita tanto… Quando se vê um jovem coreano com conexões altíssimas de banda larga e celulares de última geração e um jovem brasileiro pagando caríssimo para conexões lentas, porque nem dinheiro para ter uma boa máquina ele tem, percebo que não respeitamos mesmo os seres humanos. Respeitamos algum idiota, ou algum aproveitador, mas não nós mesmos…
Post editado… o troço tava muito mal redigido… ainda deve estar, mas só vai até aí minha paciência… 🙂