Conquista é uma cidade curiosa. É uma cidade onde alguns empresários realmente surpreendem pelo modernismo, pela tecnologia, etc. Lembro-me que, quando morava em Salvador, entre 1994 e 1998, era difícil pedir sanduíche por telefone. Já naquela época, Conquista tinha bem uns 10 serviços de entrega de sanduíches.
Eu acho que às vezes só não avançamos mais por aqui porque pensamos pequeno demais. Ora, vamos ver: a Fainor. Trata-se de uma faculdade que começou com uma boa estrutura, com quadro de profissionais de alto nível, que apoiava a especialização dos seus quadros, etc. Muita coisa mudou, mas… Fico bobo de ver que uma das formas que a Fainor usa para realizar sua publicidade é… propaganda em paredes! Sim, em paredes! Uma faculdade, com ares de universidade, faz propaganda em muro de casas! Com slogans tipo “Seja Engenheiro!”. Só um pragmatismo enorme e uma falta de auto-estima levaria a uma quase-universidade daquele porte a fazer propaganda em parede.
Mas não é privilégio da Fainor: outras empresas do proprietário ou de sua família, como Colégio Opção, Cofet e Comercial Ramos, se utilizam da mesma forma de propaganda, misturando no mesmo bolo estudante, pedreiro, doutor e dona de casa.
Olhei o muro da Famec, em frente à AABB, que fica na avenida mais bonita da cidade. Deveria ter tirado uma foto. Que sujeira – propaganda de tudo no muro!
Conquista não é conhecida por ser exatamente uma bonita cidade – é uma cidade aprazível. E as pessoas não fazem nada para torná-la mais bonita. É costume dizer que pobre gosta de asfalto. Mas a frase diz muito mais do que isso: pobre, rico, enfim, todo mundo gosta é de se sentir incluído. Asfalto inclui. Pavimentação inclui. A boa estética inclui. As pessoas acabam se sentindo parte de um coletivo. Já quando tudo é descuidado, feito, todo mundo é dono de tudo, e a terra passa a ser de ninguém.
Vou até rever a atual lei de posturas e o código tributário do Município – sei que há previsão legal para a taxação de publicidade. Mas deveria haver era a proibição da propaganda que enfeia a cidade. Grafite artístico ou parede colorida é MUITO mais bonito do que monte de publicidade, como se isso aqui fosse uma vilazinha qualquer.
Conquista é uma cidade grande, e precisa se ver como tal. E isso não tem que partir só do Poder Público, mas de cada pessoa que pode contribuir com essa consciência.
20/02/2010 em 01:07
Concordo e apoio a revisão de lei de posturas. Tem muita coisa que poderia ser inibida pela lei, além da poluição visual. Você citou as paredes, e eu acrescento outdoors inconvenientes, faixas pululando as ruas e cartazes pregados em todos os lugares.
Mas tem outras coisas que a lei poderia inibir, no sentido de deixarmos de ser uma vilazinha qualquer: o trânsito de carroças na cidade (tem coisa mais ‘vilazinha’ que isto?), o volume máximo permitido para carros de som (e carroças com som…), as penalidades para quem suja os lugares públicos etc.
Mais que isto, é preciso que uma lei assim seja cumprida. Só no papel, não adianta.
24/02/2010 em 00:42
Fiz minha monografia relacionado a poluição visual em Vitória da Conquista, incluindo a quantidade perversa de outdoors em nossa cidade. Se tiver interesse posso enviar para você.
24/02/2010 em 07:18
Oi Diego!
Gostaria muito sim! Vou te mandar meu e-mail em privado.
Um abraço e obrigado!