Quanto mais se vive, mais se aprende. Embora uma das frases que mais gosto é “O tempo não cria sábios, cria velhos”, devo admitir que ninguém fica mais burro com o tempo. Acho que ficamos, sim, mais pragmáticos, o que nem sempre é uma coisa boa.
Lembro-me que, quando adolescente, costumava me sentir triste quando amigos que eu prezava muito iam embora e, invariavelmente, não mandavam mais notícias. Sempre procurava manter contato com todo mundo, porque, de certa forma, sempre agi como amigos, família, fossem raizes que merecessem o eterno cultivo.
Não é que eu tenha mudado de idéia ao longo do tempo. Pelo contrário: a distância apenas acentua o quão essas raízes são importantes. Mas não quero mais culpar os outros por não manterem contato, porque não quero negar a ninguém a escolha do que fazer da vida, principalmente porque a idade também nos mostra que o tempo é muito curto.
Não gosto quando as pessoas passam por nossas vidas como se fôssemos apenas pequenos enfeites que adornaram suas passagens, mas que destinam-se apenas ao momento vivido. Mas, por outro lado, agora compreendo que, para algumas pessoas, é importante, quase desesperador, espremer cada gota de novidade da vida, cada nova sensação, cada nova descoberta, cada nova amizade.
No fundo, no fundo, hoje percebo que quero cultivar minhas raízes principalmente porque tenho a impressão de que custa muito criar novas. Custa muito viver a busca intensa pelo novo. Quem realmente importa, fica. Quem realmente importa, chega mesmo a definir quem somos, ao ponto de se misturarem com o que queremos para nós.
E, tenho a sensação de que, no fundo, a vida vence a todos nós, por mais que tentamos dela espremer uma limonada inteira: temos direito apenas, sempre, à metade do copo.
Ou, como diríamos eu e Srta. T.L.: “A vida não é nada mais que isso que tá aí não…” 😉