25/08/2011
por francis
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Só na Noruega

Este rapaz que vos escreve sofre de alguma demência. Mas antes de explicar a razão desse diagnóstico, permitam-me explicar algo sobre as residências estudantis aqui de Oslo.

Normalmente, são prédios reformados ou construídos para serem residências. Cada habitante tem um cartão magnético. Para chegar até meu apartamento, tenho que passar por 3 controles. O principal, na portaria, outro para chegar aos elevadores, e outro para entrar no corredor do meu andar. Notem que meu cartão só libera meu acesso ao meu piso.

Pois eu esqueci meu cartão uma vez. Chutei o apartamento de alguém, e esse alguém me deixou entrar. Pedi um milhão de desculpas, mas a pessoa entendeu muito bem o que se tratava, e me disse que também ela já havia esquecido seu cartão.

Pois bem: saio hoje para ver um filme longe daqui, na Universidade, que começou às 22h. Resolvo, não sei se por premonição, ou por cansar de ver um filme que nada tinha de promissor depois dos seus 20m DEBAIXO DE CHUVA, voltar para casa. Chego aqui às 23:10h. E esqueci a merda do cartão…

Então, quando quase ligo para a central de estudantes, aparece um cidadão daqui do pais, dizendo que eu tinha que tentar ligar para algum vizinho, que não é problema fazer isso, e que é uma maneira de conhecer pessoas. Vou eu e interfono pro cidadão do primeiro apartamento. Não é que o cara foi SUPER gente boa, abriu a porta sorrindo, e disse que já aconteceu o mesmo com ele dezenas de vezes?

Enfim, é bom escrever no meu quente e seco quarto agora, quando poderia estar lá fora, com frio, e pagar 400 coroas norueguesas para alguém vir abrir a porta pra mim sabe-se lá a que horas…

A propósito, o nome do filme é “Reprise”. Se alguém quiser me aventurar, me responda se o filme presta ou não!

25/08/2011
por francis
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Ainda em Oslo

Estudar em outro país sempre parece ser uma experiência fantástica. Estou começando agora, mas estou impressionado com quase tudo que aconteceu comigo até agora desde que cheguei aqui em Oslo.

Em primeiro lugar, a receptividade das pessoas. Fui extremamente bem acolhido aqui, tanto que já participo de um grupo de corridas da Faculdade de Direito. Em segundo lugar, uma pessoa como eu, que carrega a frustração de não ter feito informática, acabou tendo a chance de estudar… informática – sob uma visão legal! Que mais eu poderia querer? Melhor que isso, só acertando na Mega-Sena ou conhecer a Julianna Margulies… 😉

Sempre tem as diferenças culturais: anteontem, ao me despedir, dei um beijo no rosto ao abraçar – ao que parece, isso não é comum aqui. Mas a gentileza das pessoas parece desconhecer fronteiras, como hoje, quando uma estudante me ajudou a entender a forma de fazer a compra do almoço na cantina da faculdade quando me viu em apuros com isso.

E a saudade de casa? Sim, tenho cada vez um pouco mais de saudade. A distância nos dá perspectiva. Eu sempre fui uma pessoa de sorte em relação às minhas amizades. Os amigos que tenho, assim quis a vida, são para sempre. Deles todos sinto muita falta. Mas vivemos em tempos excelentes, apesar de estranhos. Com o computador, posso vê-los de graça a todo o tempo (com a permissão do Sr. Fuso Horário). Isso sempre quebra a saudade em pedaços menores, deglutíveis.

Agora é começar a acostumar com o tempo, que começa a ficar mais feio a cada dia. E estudar novamente, depois de tanto tempo estudando processos específicos…

Hoje fui à Embaixada do Brasil, fazer meu registro consular. É sempre bom ver a bandeira de casa. Mas é sempre bom começar de novo.

19/08/2011
por francis
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Não é nada com você, o problema é comigo!

Uma das coisas boas de ter vindo pra Oslo foi, finalmente, ter me libertado da Oi. Libertado (ou liberto), digo eu, mais ou menos, já que continuo com uma assinatura básica para receber SMS e preservar o número que tenho desde que Matusalém trocou a primeira fralda.

Mas eis que, ingrato o destino, na Noruega começo a ter problemas com a telefonia. Primeiro, me venderam uma assinatura quando não poderiam fazê-lo, quer porque eu não tenho um número de identidade daqui (apesar de ter perguntado eu se isso não seria um empecilho), e, segundo – e um tanto curioso – por questões de crédito. Sim, aqui não deixam qualquer um ter assinatura de telefone…
Depois de uma novela para receber minhas suadas 100 coroas norueguesas, resolvi assinar um pré-pago, que, grata surpresa, vem com um plano que me permite ligar para o Brasil mais barato do que se lá estivesse! Coisas do mundo…

Só que eles têm uma promoção de um plano de dados. Paga-se 499 coroas (cerca de uns 160 reais) e tem-se 300mb todos os meses, por um ano.

Aí começaram meus problemas: ao tentar comprar o tal cartão com a promoção, o site da empresa não aceita cartões de crédito estrangeiros. Então, liguei pra lá, e disseram para comprar nas lojas. As tais não sabiam do que eu estava falando, quer falasse em inglês, norueguês ou mandarim. Liguei novamente pro SAC da companhia, que me informou que, na verdade, só duas lojas vendem a bagaça – isso depois deste aqui rodar todo o centro de Oslo procurando um lugar pra comprar o cartão (e parecendo um ET, porque ninguém sabia que o que eu queria existe). Fui nas duas lojas. Nada. Liguei novamente. Peça para olharem no sistema, disseram, porque é algo novo. Finalmente olharam, acharam, e me venderam. Teclo o código de recarga. Inválido. De novo. Inválido. Ligo pro atendimento. Vão anotar minha reclamação. Nada. Ligo hoje novamente. Nada.

Enfim, essa é a minha sina, esse é o meu sofrer. Talvez eu deveria abandonar telefones. Mas acho que isso não é uma opção, já que meu mestrado é justamente sobre direito da tecnologia da informação e comunicação.

Para crédito dos noruegueses (e da Chess, a companhia de que falo), o atendimento é impecável, apesar de pago. Mas hoje reclamei de que eu estava gastando muito em ligar pra eles, e, na hora, colocaram 100 coroas de crédito! EBA! 😀

Adoro Oslo. Nada me fez mais feliz do que passar pela praça Olaf Ryes, aqui perto de casa. Devo dizer, é uma cidade maravilhosa. Ontem fez um sol lindo, hoje chove. Não importa – adoro isso aqui.

16/08/2011
por francis
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Grünerløkka, ou grunerlouco! :)

É fantástico estar aqui.

Ontem tivemos a cerimônia de boas-vindas aos novos estudantes. Foi muito especial por vários motivos: primeiro, a Universidade de Oslo está completando 200 anos. E, em segundo lugar, em razão dos recentes acontecimentos tristes acontecidos aqui em Oslo.
Mas o que se sente é uma sociedade ainda mais engajada em não se amedrontar. E, quando muitos poderiam achar que agora haveria uma atitude mais discriminatória contra estrangeiros, o que se sente é exatamente o contrário. Estou pra ver um povo mais amigável, gentil e prestativo que o norueguês. Claro, não são de muito contato, pelo menos não inicialmente, mas isso é cultural.

Moro em um bairro chamado Grünerløkka (fala-se, acho eu, “grinerlêka”). É um bairro descolado, boêmio, cheio de vida, mas, ao mesmo tempo, com ar de cidade do interior. Adoro morar aqui – perto do rio, onde dá pra correr. Tem restaurantes vietnamitas, chineses, indianos… uff, tem tudo! E é boa comida, e BEM mais barato do que um restaurante desses tradicionais. E isso é importante quando se está na Noruega, quando um quilo de tomate pode custar uns R$8,00.

A Universidade é de tirar o fôlego – prédios enormes, centralizados em um local cheio de verde. Já o campus de Direito fica perto do castelo lá da S. Majestade.

Essa cidade é fantástica. O grau de diversidade é espantoso – às vezes se vê mais estrangeiros do que noruegueses nas ruas ou no transporte público. Ontem esbarrei com um soteropolitano no bonde. Há tanta coisa linda pra se ver, tanta gente bacana, tantos bons lugares, tanto por descobrir, que me sinto muito feliz por ter feito a escolha de vir.

Agora é esperar pelas aulas!

10/08/2011
por francis
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Em Oslo

Após uma viagem de mais de 17 horas sem dormir, cheguei em Oslo.

O vôo saiu de Salvador para Lisboa durante o dia, o que fez com que chegasse lá às 2 da manhã, hora do Brasil. Após uma fila de 1h20m de imigração, ainda soltei uma pérola. O agente da imigração, após eu ter entregue o meu passaporte, perguntou de onde eu vinha. Eu, cansado e sonso, respondi: “Do Brasil”. Ele, compreensivo com a minha cara de morto-vivo, apenas riu, fazendo cara de “eu sei!!”, aí eu disse que vinha de Salvador.

De Lisboa, vim pra Oslo. Já aqui, me arrastei com 2 carrinhos de mala, e, após pagar o taxi mais caro da minha vida, com forte suspeita de ter sido roubado no preço, cheguei ao cafofo onde irei morar pelos próximos 18 meses. Adorei o lugar, embora é tudo muito diminuto comparado com a  minha casa.

Depois dou mais notícias. Mas o principal é: tava fazendo 8 graus quando cheguei. E é verão na Noruega…

04/08/2011
por francis
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Indo

Pois é, estou de partida. Em 6 dias, chegarei em Oslo. Mestrado, e tal. Bagagem 90% arrumada. Já pedi o desligamento do telefone, e estou quase livre da Oi, e escrevo agora aproveitando o restinho da net que me resta.

O blog tem andado meio parado, mas espero ter muita coisa pra contar aqui de agora em diante.

04/08/2011
por francis
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Filmes que vi: Assalto ao Banco Central, Eiling, Qualquer Gato Vira-Lata, L’Arnacour

Assalto ao Banco Central – Filme sobre o assalto ao Banco Central, em Fortaleza, 2005. Interessante, sem ser extraordinário. É que a história em si é impressionante.

Eiling – Filme norueguês muito bacana.

Qualquer Gato Vira Lata – Competente comédia romântica nacional. Bacana.

L’Arnacoeur – Filme francês sobre equipe profissional destruidora de relacionamentos. Bacana também.