Ah, feliz Natal…

Não suporto essa época do ano. Não sei se é porque não temos a neve das propagandas, não sei se é porque Papai Noel não existe (embora eu não tenha nada mesmo pra pedir a ele a não ser um pouco mais de sobriedade), não sei porque mesmo.

Aliás, acho que sei sim. É esse cenário surreal de natal. Árvores de pinheiros. Gente, o que é isso? Isso aqui é a Lapônia, por um acaso? Ou se é por essa mania das pessoas de desejar Feliz Natal… Tá, Feliz Natal e que se f$%#$%m os outros dias. Não, não sou ranzinza. Tá, sou sim, às vezes. Mas isso de dar presentes é tão comercial… Isso dessas musiquinhas… Isso de Walt Disney… Isso de ver shopping vendendo produto de luxo com gorrinhos e musiquinhas meigas a um sol de 34 graus segundo a Dani enquanto lá fora o couro come, o bicho pega, a cobra fuma e a jiripoca pia, e a gente morre, gente mata, gente sofre. Eca, odeio isso. E não é que eu acho que a gente tem que sofrer porque o mundo sofre não, é que a dose de cinismo já é cavalar nesse caso… Não danço forró, mas não tenho nada contra São João. Mas o Natal… esse período louco que começa em novembro e acaba nos saldões de janeiro – ah, isso é insuprtável…

E não me digam que estou rejeitando o nascimento do Salvador, porque aí meu sangue vai ferver – como se o Salvador tivesse alguma coisa a ver com essa coisa kitsch e patética que tem por aqui…