Escrevo mastigando a última bala Sugus que me resta, de um pacote enviado por um amigo ‘alem mar, onde ainda se encontram as tais balas. Na verdade, quando criança, ao viajar à casa dos parentes da capital, essas balas nos eram dadas, e marcaram as minhas viagens ao encontro das primas. Esses pequenos gestos às vezes não parecem tão especiais para aqueles que os praticaram, mas, para mim, representam um universo de lembranças e sentimentos que, de fato, reafirmam a minha identidade, as minhas raízes, ao fim das contas, demonstram que, no fundo, somos apenas crianças à espera de balas Sugus.
Mas, àqueles que poderiam achar que balas Sugus não mereceriam (pois merecem!) tantas linhas, digo mais: outro amigo, dono de um restaurante Mexicano, deu-me alguns cubinhos da knorr de, advinhem, Chipotle. Cubinhos de Knorr® todos conhecemos, mas… Chipotle? Pois bem, outra amiga, mesmo sem se incomodar com o transtorno de trazer uma lembrança para um coleguinha de infância, trouxe para mim, do mesmo México, uma latinha de Chipotle, condimento especial daquele país, feito com pimenta (duh!) e molho de tomate. Recordo que fiquei impressionado com o rico sabor da iguaria, que comi rapidamente com algumas tortillas e queijo. A sensação volta através do amigo que me ofereceu os tais pozinhos da Knorr, que, misturados com alho e água para temperar um frango na chapa, fez do dia de hoje um dia ainda mais especial, como só os amigos sabem fazer, seja através de um frango com Chipotle, ou da bala Sugus de sobremesa, ou, principalmente, com a gratidão que nos imprimem com a consideração e favor de se lembrarem de nós.
Lembro-me daquela amiga alemã que, mesmo percorrendo metade dos Andes, carregou em sua apertada mochila uma latinha de Makrell i tomat (cavala ao molho de tomate), tão banal na Escandinava quanto sardinhas em lata por aqui, só porque eu sentia tanta saudade daquilo no café da manhã… Ou da alegria de uma americana ao receber, de minha parte, um pacote com Sonho de Valsa. Ou da amiga finlandesa, que conseguiu fazer um pacote de Café Bahia durar mais de um mês…
Começo a me lembrar dos sabores perdidos, seja a coxa da galinha que minha vó guardava para mim, ou do seu bolo de cenoura, ou das suas balinhas de jenipapo, ou do pølse (cachorro-quente) na Noruega, ou do Nissin Miojo dos dias difíceis em São Paulo, quando, à véspera do meu último ano escolar, nunca imaginei que usaria gravata, coisa que detesto, mas que adoraria que vó e vô a vissem, porque com isso sonharam. Que dizer da batata-frita do Taquara, lugar para onde os pais nos levavam para brincar, ou dos sanduíches de frango desfiado que eram vendidos nos trailers, que hoje só vendem filets de frango?
Bom, para acabar com o caráter nostálgico e pouco metódico desse post, encerro dizendo que estou feliz com a chegada do Subway® a Conquista. Não substitui nem complementa os velhos sabores, mas ajuda na dieta… 😉
29/01/2009 em 15:30
E eu estou felicíssimo com a vinda da Subway pra cá; depois que frequentei em Salvador, McDonalds e Bobs que se danem!
29/01/2009 em 23:38
Que Subway que nada!!!Você ainda não experimentou o meu cafezinho com pão na chapa. Não vai restar nenhum outro sabor na sua doce memória. Me aguarde. Beijos
31/01/2009 em 11:15
Primeira vez visitando o seu blog, mas muito legal os seus textos.
Em especial este, saudosista.
05/02/2009 em 00:25
Muito agradecido, Cláudia!! Seja bem-vinda! Ou benvinda, que não sei como essas novas regras ortográficas mandam…
05/02/2009 em 22:02
Eu sei o que é isso de memórias. Foi por isso mesmo que sorri quando fechei o envelope, precisamente o mesmo sorriso que fiz agora. Abraço e até breve
05/02/2009 em 22:08
Reli o teu texto… TU COMES CAVALAS COM MOLHO DE TOMATE AO PEQUENO ALMOÇO?
05/02/2009 em 23:20
Er… só quando encontro cavalas ao molho de tomate… 😀
05/02/2009 em 23:21
P.S. – no pão de forma, bem entendido…
E, como na Noruega caviar é mais barato que maionese, acrescento um bocadinho… 😀