Algo tem me chamado a atenção.
Somos o país da fofoca. Não damos a mínima à privacidade e à ética no nosso comportamento. Estamos sempre dispostos ao comportamento superficial de incentivo do interesse na vida alheia.
Somos o país com maior número de usuários de Orkut. Vivemos curiosos a respeito da vida alheia pela internet, por amigos, por outras pessoas. E falamos… Nossa, como falamos…
E o pior: um pequeno comentário, às vezes sem tanta maldade, mas sempre devido à nossa futilidade em relação ao que dizemos e a quem dizemos, cria sempre um desconforto porque levamos sempre a sério o que dizem, como se não tivéssemos nenhum filtro para o que ouvimos. Somos tão crédulos…
Quando pararmos com nosso infantil comportamento mesquinho, diminuirmos a nossa sensibilidade aos comentários alheios e deixarmos de reproduzir aquilo que não checamos, quem sabe deixaremos de alimentar toda essa rede absolutamente inchada destinada aos nossos egos famintos, como revistas sociais (na cidade constam algumas onde se paga para nelas sair), sites com fotos de pessoas em festas, como que a pedirem “eu existo! Reparem em mim! Estou aqui! Amem-me!”, e outros que tais.
Isso sem falar nas tais mágoas criadas porque nosso conhecimento sobre a alma humana é tão superficial que não vacilamos em ignorar a riqueza de algumas pessoas para destilar veneno sobre bobagens, circunstâncias, idiossincrasias. Como somos tão maniqueístas, pobres de espírito e presunçosos… Como nos achamos melhores…
Enfim, hoje estou de saco cheio de ouvir tanta gente falar mal de tanta gente. Isso tudo começa a me incomodar, e uma hora dessas mando todo mundo pra puta que o pariu.
Pronto, falei.