Hoje, durante uma troca de idéias no Twitter, cheguei a uma conclusão, e permitam-me ter meu momento “John C. Dvorak”: chegamos a um ponto onde os desktops deixarão de influenciar os dispositivos móveis, e em que os dispositivos móveis/portáteis/tablets é que ditarão o futuro da interface gráfica.
E mais: os Macs, no futuro, vão rodar algo mais próximo do iOS 4 do que do atual MacOS X.
Ora, qual a atual tendência? Sistemas móveis. Chrome, Android, WebOS e, agora, iOS. Os dispositivos estão cada vez mais portáteis. Já se falava que o desktop estava para morrer.
Mas o que falta na experiência do uso de computadores, hoje? Recursos como instant-on, real time, agilidade nos aplicativos, sistemas leves e descomplicados.
Os sistemas operacionais, hoje, são pesados. Uns mais que os outros, claro, mas são obrigados a suportar uma infinidade de padrões, dispositivos, etc.
Mas o que 90% dos usuários precisa? Word, e-mail, web, joguinhos. 90% dos usuários não precisa de AutoCAD, Photoshop ou Final Cut Pro. E o que incomoda na computação hoje? Boots longuíssimos, aplicativos que demoram tempo para começarem a funcionar, exigências cada vez maiores de recursos.
Já repararam, por exemplo, que boa parte do que fazemos na web pode ser feita rapidamente no iPad, sem problemas e sem a demora de um sistema operacional moderno? Eu não preciso ligar um iPad o tempo todo – ele vive em standby (meu Mac também, mas sei que talvez eu seja minoria nisso). Os aplicativos rodam quase instantaneamente, como deveria ser desde sempre. Aliás, nos tempos do DOS, os programas não demoravam tanto para serem executados.
Portanto, vocês ouviram aqui primeiro: um dia, o atual Macbook vai ser um iPad. Ou qual o sentido de usar um Macbook Air, que, por mais fino que seja, por mais portátil que seja, nada mais é do que uma forma de tornar portátil uma máquina cujo destino é apenas facilitar o que o iPad faz muito bem: e-mails, web, joguinhos…
A Apple, agora, joga o mesmo jogo do Google: eles querem mover o sistema para a nuvem? A Apple, mais pragmática, porque prima pela qualidade da experiência do uso, topa o desafio, mas não para algo que ainda não funciona, e sim para algo tangível: um sistema leve, refinado, capaz e bonito, com fundamentos sólidos, e que roda em appliances.
A briga, senhores, está apenas começando.