Aprendi que a vida não deve ser tão levada a sério. Ela é curta, frágil e imprevisível. Como algo curto, frágil e imprevisível pode ser levado a sério?
Aprendi que é preciso um propósito na vida, mas que o ideal mesmo é viver a vida apenas pelo que ela é. Planos, metas, carreiras, tudo pode naufragar. Até o amor naufraga. Talvez o que importa é viver sem esperar muito. Talvez o importante é viver sem esperar nada.
Mas tenho a leve impressão de que só amor pode dar alguma sensação de sentido à vida. O resto é apenas um consolo para a sucessão de dias que precisamos preencher apenas por estarmos vivos. Dia após dia, tudo é enfado, correria, sobe-e-desce sem sentido.
Não sei se o amor dá algum sentido à vida. Mas sua falta súbita retira-lhe qualquer gosto, qualquer cheiro, qualquer serventia. É como a fome que só se sente que tínha quando saciada. O sentido da vida, ou seja lá o que quer que isso seja – seu gosto, seu aroma – só é sentido quando falta, quando na vida não mais se sente, não mais se quer, não mais se importa.
25/09/2010 em 03:06
Here a poem that I wanted to send you (first in French than translated in Portuguese)
Il pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville ;
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon coeur ?
Ô bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits !
Pour un coeur qui s’ennuie,
Ô le chant de la pluie !
Il pleure sans raison
Dans ce coeur qui s’écoeure.
Quoi ! nulle trahison ?…
Ce deuil est sans raison.
C’est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi
Sans amour et sans haine
Mon coeur a tant de peine !
Paul Verlaine (1844-1896) “Romance sans paroles”
Chora em meu coração
Como chove lá fora.
Que desolação
Me aperta o coração!
Oh a chuva no telhado
Batendo em doce ruído!
Para as horas de enfado
Oh a chuva no telhado!
Chora em ti sem razão,
Coração sem coragem.
Se não houve traição,
Teu luto é sem razão.
Certo, é essa a pior dor:
O não saber por que
Sem ódio e sem amor
Há em mim tamanha dor!
25/09/2010 em 14:41
Wow…