Cada vez mais concordo com a situação descrita no livro de Oscar Wilde, “O Retrato de Dorian Gray”. Cada vez que erramos, cada vez que somos injustos, levianos, maldosos ou quando nos falta caráter, essas falhas ficam meio que impregnadas, e passam a ser parte de nós, constantemente ali.
Não que seremos para sempre injustos, levianos, maldosos, etc.. Para isso existe o perdão, o arrependimento, a purgação. Mas parece que sempre carregaremos os erros como lições. Sem o perdão, nossa humanidade se perderia na obrigação de nunca aceitar falhas, e na constante paranóia de nunca errar.
Gosto do fato de que a religião que escolhi (ou de ter me escolhido) ensinar que se deve ter compaixão. Isso me faz ter esperança de que poderei encontrar compreensão, e também me impõe o dever de procurar entender as pessoas. Porque se eu erro, todo mundo também o faz – e nisso Cristo foi revolucionário ao mandar atirarem a primeira pedra. E ainda que alguém tivesse atirado por não ter errado – Cristo poderia tê-lo feito – a compaixão por quem erra nos torna, ao menos, mais justos com nós mesmos.
(PS. – Sei que o texto parece meio estranho, permitam-me a diatribe de falar sobre esse assunto – é que tenho visto algo aqui que me chamou a atenção sobre o assunto)