Admito: desconheço muito da situação do regime iraniano, a não ser o que é informado pela imprensa e a despeito de conhecer alguns iranianos. Imagino que seu governo, como quase todo governo que existe, não deve ser flor que se cheira.
Mas espero, sinceramente, que as previsões de Mark Wesibrot (Folha de São Paulo de hoje) não se confirmem: a de que Obama poderia lançar mão de uma guerra ao Irã com fins de garantir a sua reeleição. Não espero – e acho que ninguém espera – isso de Obama. Mas, segundo o artigo, algumas frases do presidente americano fazem crer isso, inclusive uma em que diz que “todas as opções estão sobre a mesa”.
Enfim, preciso conversar com mais iranianos. Precisamos, todos, ouvir as pessoas. Elas é quem nos devem dizer se precisam de uma guerra, pois são elas que sofrem. É preciso ouvir gente de carne osso, como eu e você, a fim de que formemos nossas opiniões. Não somos nós que teremos vidas destruídas, ruas e casas arrasadas e gente mutilada. E até que um iraniano me diga que precisa de uma guerra americana para acabar com seu regime político, apoio a frase com que Brot termina a sua coluna:
“O Brasil é um dos poucos países que têm a estatura internacional e o respeito necessários para ajudar a desativar esse confronto. Só podemos esperar que ele faça mais tentativas de poupar o mundo de mais uma guerra horrível.”