Vejo em um blog da cidade uma notícia que me causa espanto, indignação e raiva. Não sei porque, já deveria eu estar acostumado…
Pois bem: o Secretário de Planejamento do Governo da Bahia, sr. Zezéu Ribeiro, diz que “Ainda não[sabe]” quando vão iniciar as obras do aeroporto de Vitória da Conquista.
O comentário ilustra algumas coisas importantes:
1 – Como é que um secretário de planejamento tem a coragem de ir a Vitória da Conquista e dar uma resposta idiota dessas, por mais honesta que seja?
2 – Como é que um secretário de planejameto não tem idéia a respeito do início da obra mais esperada, desejada e adiada de toda uma região?
3 – Como é que um secretário de planejamento é incapaz de gerenciar com cuidado algo que é tão caro a uma cidade que, por sinal, tem dado voto de confiança às administrações do PT?
E não se diga que, por ser arquiteto, o Sr. Zezéu Ribeiro não teria formação profissional apta a gerenciar a Secretaria de Planejamento, talvez pasta mais apropriada a economistas, ou sei lá o que. Primeiro, porque uma das maiores gestoras que conheci é, justamente, arquiteta. Segundo, se essa profissão fosse inadequada, que não se colocasse alguém sem qualificação para gerenciar pasta tão importante.
Mas isso dá mostras de uma incompetência dos nossos políticos que é algo que, em outros lugares, já os teria enforcado: como é que anunciam uma obra, por reiteradas vezes, para depois virem a público para dizer que “vão ter que captar mais recursos para a obra?”. Será que políticos são incapazes, de uma incapacidade inata (perdão pela redundância), de gerenciar alguma coisa? De falarem algo limpo? De prometerem algo que realmente desejam cumprir?
É por essas e outras que o Brasil é essa coisa confusa: a China constrói um aeroporto em tempo recorde, uma ferrovia no estalar de dedos. Mas, no Brasil, administrar é algo que os políticos fazem muito a contragosto. É um encargo que têm que suportar enquanto fazem política. E, se o Sr. Zezéu Ribeiro vai a Vitória da Conquista e não sabe a resposta para uma pergunta como essa, deveria ter ficado em Salvador fazendo o que quer que faz por lá. Assim, pouparia o dinheiro dos contribuintes. Não fosse o Brasil um país democrático (e democracia, infelizmente, acaba permitindo a cara de pau irrestrita – coisa que também é comum em ditaduras, diga-se), um cidadão desses seria proibido de pisar em Conquista até que tivesse algo a dizer, ou melhor, contas a prestar.