Sinceramente: sempre me senti meio burro por não conseguir ter um senso artístico refinado, ou por não ter qualquer erudição, inclusive em relação ao idioma. Na minha profissão, onde é comum escrever em um português sofisticado e formal, nunca consegui atingir a beleza do estilo de, por exemplo, dois juizes amigos cujas sentenças são sempre um primor de se ler.
Mas, por outro lado, parte dessa minha decepção comigo mesmo é atenuada quando leio frases como as que Gil proferiu em entrevista à Folha de São Paulo de hoje:
“Com as lupas bem ajustadas você vai encontrar pirataria aqui e acolá, mas, no olhar aberto horizontal sobre os territórios de atividade da humanidade hoje em dia, acabou [risos].”
“O justo meio está na igual possibilidade dos extremos. Ou seja: o centro flutua, não é uma coisa fixa, estática.”
“Certas sinapses desencadeavam uma liberdade auditiva. Corpo e alma percebiam essa inteligência.”
Enfim, eu sou básico.