Morreu Steve Jobs.
Desde que comecei a usar computadores, aproximadamente em 1986-87, que ouvia falar do homem. Eu já sonhei em ter praticamente todos os produtos da Apple, e tive a sorte de mexer na maioria deles (as notáveis exceções, um Newton, que deixei de comprar por pouco, e um Mac Pro).
Lembro-me da alegria de digitar comandos a esmo no Apple II de meu primo Cristiano, o quando, em São Paulo, em 1989, o pastor para quem eu trabalhei deixou eu mexer no seu Apple Iic que estava juntando poeira no armário. Ou da alegria do primeiro Mac, um Power Mac 6500, comprado nos EUA nos tempos do Real valorizadíssimo. Lembro-me de ter sonhado com um NeXT em formato de cubo, do qual só ouvia falar por revistas.
Lembro-me de ter assistido à maioria das keynotes da Apple desde 1997, quando comprei meu primeiro Mac, e de nunca ter deixado de acompanhar a companhia por todos os dias desde que comecei a usar tal computador.
Parece estranho, mas não se trata de paixão pelas máquinas em si, mas pelo que elas trazem. Amigos de qualidade ao redor do mundo, momentos de bastante diversão, um trabalho de qualidade realizado em computadores que estimulam a criatividade.
Sei que Steve não era de personalidade das mais fáceis de lidar. Talvez muitos de nós também não sejamos. Mas não se pode ficar parado diante de sua genialidade. E é à genialidade, à visão e ao carisma do mito que rendo minhas homenagens agora.
Descanse em paz, Steve. Você venceu. De alguma forma, usar Mac agora não será mais o mesmo. Você nos fez usar o Mac também por uma causa, por uma rebeldia. Hoje, usar Mac talvez não signifique mais ser rebelde, ou ser contra o “status quo”, como uma das propagandas dizia. Mas era isso que você queria, imagino: que o Mac fosse o computador para o resto de nós. Se hoje os usuários de Mac já não são mais membros de uma comunidade global que lembrava quase uma seita, é porque a plataforma vingou. E, atrevo-me a dizer, ultrapassará o Windows em algum momento, devido ao seu crescimento ter atingido a um momentum ímpar. Não que isso importe. Na verdade, é que usar Mac hoje passou a ser uma escolha natural, sensata, e não mais um ato de rebeldia, de coragem.
Acredito que, agora, desaparecendo o valor agregado de se comprar uma máquina anunciada por Steve Jobs, aqueles de nós que as usamos desde sempre, faremos isso com um pouco menos de paixão, por escolhas racionais (que os macusers podem enumerar tranquilamente) e menos emociais, mas com a nostalgia de termos ajudado, com ele, a mudar o mundo com a paixão que ele nos inspirou.
Descanse em paz, Steve Jobs.
07/10/2011 em 20:21
Olá, tudo bom?
Sou repórter da revista Autoesporte e gostaria de saber se você topa participar de uma reportagem. Você pode me passar seu contato, por favor?
Obrigada