09/12/2004
por francis
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Nada a dizer

Durante alguns momentos de auto-indagação (profundo isso), cobro de mim mesmo a volta do hábito da leitura. Eu, outrora devorador de livros, fui estragado pela TV por assinatura e pela internet.

Mas estou tentando aos poucos retornar ao hábito. Só que fui infeliz ao escolher o autor: José Saramago. Um camarada que escreve um parágrafo que dura 10 páginas não teve, com certeza, o Prof. Jorge Augusto como mestre de redação… eheheheheh Se bem que se eu tivesse tido contato com Saramago em tempos escolares, teria uma desculpa quando o Prof. Jorge Augusto reclamasse do tamanho dos meus parágrafos… Bom, o José Saramago emenda um diálogo inteiro, ou vários deles, em um só parágrafo. É interessante, há outros autores que fazem isso, mas talvez a forma de se falar português de Portugal torne mais complicado acompanhar os diálogos dele. Agora, justiça seja feita: os diálogos são realistas. É difícil ver diálogos verossímeis na literatura. Talvez só Machado de Assis e Graciliano Ramos e olhe lá. A maioria dos diálogos dos outros autores é feita de uma forma que se torna difícil acreditar que pessoas disseram aquelas coisas, com aquelas palavras, a outras pessoas. Aliás, por falar em falta de verossimilhança, um cara que assinou os canais eróticos da Net disse ao meu primo Fabrício que já tava enjoado dos filmes pornôs – exceto os nacionais. E por que não dos nacionais, perguntou Fabrício a ele? Aí ele disse: Ahhh, os diálogos… são fantásticos… 😀 Voltando a Saramago: estou lendo (ainda) “O Homem Duplicado”. O livro é bom, o Saramago é incrível, mas os parágrafos… precisavam ser tão grandes?

Uma coisa que sempre admirei em quem lê muito é sempre ter uma citação na ponta da língua. Eu, mesmo sempre tendo sido um leitor voraz (em tempos de outrora, já disse), nunca consegui ter essa capacidade, esse olho clínico para enxergar as citações de impacto. Aliás, enxergar, até que as enxergava – mas nunca as decorei para usar depois. E o Saramago é fantástico também nas citações – incrível a quantidade de axiomas que ele forma e nos mostra nos diálogos dos seus personagens. Uma que decorei, que foi o motivo desse post, é a seguinte: “Temos tanto para dizer quando estamos calados…”. Legal, né? Acho que é por isso que eu falo demais: devo ter muito pouca coisa para dizer…

08/12/2004
por francis
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Piadinha das Arábias

Alá recebe Arafat no céu:
 
 – Arafat, é bom que você se esconda. 
Tem um bando de gente estropiada aí fora, querendo agarrá-lo e dar-lhe umas
bifas..
 
– São israelitas, Senhor?
 
– Não! São os homens-bomba exigindo as virgens.

Como sempre, cortesia da Jokers Inc.

07/12/2004
por francis
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Ahhh, Bahia iaia…

Cheguei à Terra Natal… Nada como ver a Bartolomeu de Gusmão esburacada… 😉

05/12/2004
por francis
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Em BH

Estou na capital mineira. O ônibus atrasou ontem 2 horas. A linha era Salvador-Belo Horizonte, mas, por uma dessas máfias que as empresas de ônibus têm, vi num ônibus da linha Natal-São Paulo. Viagem ruim, mas até aí sem novidades. O ônibus não para na rodoviária.

Estou no hotel. Nada mais confortável do que um quarto de hotel. Tudo simples, espartano, legal. Refúgio e consolo pela viagem ruim. Nada mais oprimente do que um quarto de hotel. Não há identidade, não há vida. Só é refúgio mesmo, e mais nada. O ar seco do ar condicionado e a falta que faz ouvir uma voz humana do outro lado. O café-da-manhã, por mais gostoso, não ajuda. Estamos em Minas Gerais, e o pão de queijo que serviam era horrível. A tomada para laptop que disseram que tinha nos quartos é apenas a tomada telefônica – sim, estou conectado por via discada, graças ao bom e velho iG (séculos que eu não usava), a 26.400 (ahhhh, bons tempos os da Mastergate… ;).

Tenho um dia inteiro pela frente. Tem feira hippie hoje (deve ser a única coisa que acontece aos domingos em Belo Horizonte). Mas não quero sair do hotel, esse refúgio-prisão. Aqui pelo menos tenho a sensação de estar em paz, apesar de saber que estou, na verdade, sozinho.

Não sei se já falei sobre o que penso de Belo Horizonte. Acho que é uma cidade de causar inveja aos brasileiros. Limpa, organizada, descolada. Mas talvez seja uma cidade não tão brasileira assim. Segundo alguns mineiros, é apenas uma grande cidade do interior (injustiça, acho a cidade bem cosmopolita, ainda que um tanto conservadora). Mas falta um tempero nessa cidade. Não sei se falta um pouco do povo falando alto, como em Salvador. Ou de diversos sotaques, como São Paulo. Gosto daqui, mas acho que não me sentiria bem vivendo aqui – acho a cidade um tanto quanto enclausurante. Mas estou em um hotel, hotéis são sempre enclausurantes, você poderá dizer. Não, já estive em BH antes. Muitas vezes. Mas, embora também tenho uma ponta de inveja da qualidade de vida daqui, tudo me parece meio kitsch. Vai ver porque não é a Bahia, e baianos são assim: vão pra todos os lugares só pra ficar falando como a Bahia é maravilhosa (e não sei se é tão maravilhosa assim… eheheh). Mas um conquistense sempre se sente meio a vontade em Minas (100km de distância da fronteira explicam isso).

03/12/2004
por francis
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BH

Amanhã vou à terra do Pão-de-queijo. Acho que na quarta estarei de volta. Comportem-se.

01/12/2004
por francis
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Epílogo

Último mês do ano.
É ilusão achar que esse ano pode ser consertado em apenas um mês. Mas não sei se eu consertaria muita coisa não. Foi um ano razoável. Não sei, acho que talvez grandes coisas não aconteceram, no sentido de espetáculo, de mudança, tipo eu realizar algo que faça alguma diferença, tipo eu ser promovido a Primeiro-Ministro do Mundo (sim, é que eu sou parlamentarista, deixaria o cargo de Presidente do Mundo para alguém tipo… Bozo! ehhhehehe). Mas como já passei da fase de esperar grandes coisas, acho que o ano foi realmente razoável.

Os primeiros meses foram legais – eu e meu contínuo sonho, nunca realizado, de voltar a ter disciplina com os estudos. Falhei heroicamente na tentativa de estudar. Tive o acidente que me livrou do Fiesta (apelidado de Tinky-Winky – pelo menos disso eu me livrei). Gostava do carrinho… Depois, veio o período eleitoral, o que foi quase uma “grande coisa” no sentido que eu falei ali em cima, já que foi um trabalho maravilhoso, já que conheci gente fantástica, já que foi um período onde trabalho e prazer se confundiram (tive prazer no trabalho, e não trabalho no prazer… eheheheh). Depois veio meu carro, e o entusiasmo foi quase tão grande como o que tive quando comprei o Fiestinha, sem a mesma emoção, já que, naquela época, minha direção era sofrível (hoje é apenas ruim). 🙂

Nesse fim de ano, a mudança de local de trabalho tem sido o “grande” acontecimento, embora agora faltem alguns objetivos alcançáveis. Objetivos inalcançáveis tenho aos montes, mas a minha falta de disciplina e perseverança impedem qualquer progresso. Preciso dos alcançáveis.

E já, já, chega o velho dilema do Reveillon – onde passá-lo, com quem passá-lo. As promessas para janeiro (vou ver se repito a experiência de um mês sem coca-cola – dessa vez sem comemorar com sprite ao fim do período). As resoluções de ano-novo – das quais só cumpri até agora a leitura da bíblia, creio.

Mas foi um ano diferente, devo dizer…

29/11/2004
por francis
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Livre de Spam

Leitores e leitoras simpáticas! 🙂

Como alguns de vocês já notaram, ao fazer comentários nessas páginas de sabedoria que constituem o ManéBlog, é agora necessário informar o códigozinho que aparece em uma imagem meio cinza-concreto-molhado. Isso agora finalmente livrou esse território de spam. Estávamos recebendo cerca de 200 spams diários!!! Deletar toda a bagaça não era fácil. Era propaganda da direc tv, de medicamentos e de poker online (não teve propaganda de muié pelada, o que me deixou meio frustrado).

Contamos com a sua compreensão. Por um mundo livre de spam. E do FMI. E da morte das baleias… e por aí vai… 🙂

28/11/2004
por francis
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Vitæ Lux

Vitae Lux
Melodia: Frode Alnæs
Texto: Ivar Dyrhaug

Vitae lux
Vitae vis
Unde spes vigens
Duc sub nocte per umbras
Firmentur pedes

Silentium
Mox intrat
Mortis vis valet
Anget vitae semita
Ne nos occultet

22/11/2004
por francis
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Atualização da bagaça

Hello, Leitores dessa bagaça! 🙂

Fim de semana meio morno. Passei parte do tempo mudando para o novo local de trabalho. Agora tenho um toilete privativo. Farei minhas necessidades sem ser incomodado. Eheheh. Além disso, programinhas básicos: fui ao Boca de Forno (pronto, acho que só volto lá no ano que vem), ao Bompreço (como sempre), ao Pantanal (a batata frita de lá, como vocês sabem, é a melhor da cidade) e por aí vai.

Vi alguma TV. Não sei se vocês já viram um seriado da BBC chamado The Office – MUITO legal. Vi também alguns episódios de Band of Brothers. Vi parte do programa Pânico. E vi o Fantástico.

Hoje a segunda-feira, por incrível que pareça, não foi tão fétida. Eu tava a fim de inaugurar meus novos aposentos profissionais (e testar o novo toilete, claro!). Tudo tranquilo (“tranquilo”, aqui, com sotaque argentino, tipo “tránkiiilo”).

Ontem, novas pesquisas idiotas, que me tomam a tarde inteira e depois me pergunto porque comecei a pesquisar a bagaça. O tema, dessa vez, foi recepção de TV via satélite. Bah.

Chove demais em Conquista City, e isso tem reaberto os antigos buracos das ruas. Merda, eu esqueci a ordem dos buracos das ruas. Dirigir agora tá mais difícil – antes eu sabia exatamente onde os malditos buracos estavam – o que nem sempre me impedia de cair neles, diga-se.

Frase do dia, ouvida no fim de semana: “Fumo maconha, mas não trago. Quem traz é um amigo meu…” heeheheheheh

17/11/2004
por francis
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Ecos do passado

Ahhh, nossas mães…

Um de nossos clientes é representante farmacêutico. Gente fina o cara. Um belo dia, alguns anos atrás (acho que 2 anos atrás), ele ofereceu para todo o pessoal do escritório amostras grátis de Viagra. Eu ganhei uma também! 🙂

Pois bem: na época ainda morava com minha mãe. A cidadã resolveu, num daqueles dias que ela tirava para atormentar meu juizo, limpar meu quarto. Pois não é que ela viu o danado? É verdade que eu deveria ter ao menos escondido, sei lá (não que isso fosse adiantar grande coisa – já escondi tanta coisa que minha mãe achou…). O pior: mamãezinha nunca foi discreta. A família inteira soube do episódio (assim como soube das outras coisas que minha mãe já achou no meu quarto).

Mas o inusitado: hoje, já não mais morando com ela, um belo dia abro uma gaveta do criado-mudo e vejo uma caixa forrada de papel ofício. O que encontro nela? O azulzinho!!!!! heheh não sabia que mamãe era tão, digamos, protetora… eheheheheh O disgramado tá aqui! 🙂 Como ainda sou novo para experimentar, e prudência recomenda trabalhar no verão e guardar para inverno, vou deixar o bichinho aqui, como um amuleto…:) Será que dá sorte, além de… digamos, energia? eheheheh