09/03/2011
por francis
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8 anos

Hoje esse blog completa 8 anos. Já tivemos dias melhores aqui. Mas continuamos a insistir nisso aqui. Conforme me ensinou um querido professor de história (hoje um amigo) um dia, enquanto caminhávamos para a aula, a grande questão humana está em querer imortalizar-se, e suas obras são sempre no sentido de deixar sua marca, como se, através dela, pudéssemos prolongar nossa curta vida. Eu, que venho me descobrindo como um pessimista (o que não signifca que não acredito em melhoras, note-se), nunca me preocupei tanto em eternizar-me – pelo contrário, acho até que procuro passar desapercebido, torcendo para que ninguém me note, apesar das diatribes – talvez inconscientemente esteja, com esse mal escrito blog, garantir, via usucapião, um pedaço de chão nessa internet (ou um quinhão no ranking do google – você decide).

Muita coisa aconteceu em oito anos, e essa noção de tempo me incomoda. O que são oito anos? Seis macs de lá pra cá, morei em três lugares distintos, viajei, troquei de carro, e continuo no mesmo lugar, embora possivelmente muita coisa tenha mudado. Mas o que terá minha vida significado para as pessoas com quem convivo, e o que será que, nesses oito anos, terei construído a título de memória minha futura – isto é – quais os meus atos, minhas atitudes, minhas diatribes – reverberarão por mais tempo? Digo reverberarão para não dizer “ecoarão” – seria muito “Gladiador” ou “Highlander”. Enfim…

Digo isso pensando, por exemplo, em reféns da FARC, ou reféns de qualquer natureza. Em sentido de história, a experiência de uma Ingrid Betancourt ou dos seus colegas reféns, será algo muito mais perene, não obstante eles estarem privados de sua liberdade. O mesmo podemos dizer de Mandela. Mas e por qual razão às vezes nossa liberdade sabe-nos tão letárgica, tão insuficiente para nos proporcionar alguma perspectiva ou sentido nesse grande conjunto de coisas que somos – ou meros elementos químicos sujeitos a uma física universal, ou criações de um demiurgo?

Bom, esses aniversários dão sempre essa coceira no pensar. Dão sempre esse susto ao nos dar conta de que o tempo é inclemente, e não se sujeita às nossas circunstâncias. Nós, bons e maus, livres e soltos, ruidosos ou pacatos, é que a ele nos sujeitamos, e por ele seremos consumidos. E, pior: raramente percebemos quão rapidamente isso se passa.

– Posted using BlogPress from my iPad

09/03/2011
por francis
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Filmes que vi: My Sassy Girl, Inside Job e Broken English

My Sassy Girl é uma refilmagem de um filme coreano de mesmo nome. Comédia romântica mais forte do que as habituais. Bom filme, mas estou baixando a versão coreana, que certamente será melhor, já que, normalmente, os americanos costumam piorar os filmes que refilmam.

Inisde Job – documentário sobre a crise de 2008, mostrando quão irresponsáveis foram os executivos de Wall Street e o próprio governo americano em evitar a crise. Narração de Matt Damon. O documentário é legal, mas a forma de explicar as coisas é um pouco confusa, e nem sempre pode-se compreender exatamente os complicados conceitos de economia. Confesso que o filme de Michael Moore sobre o assunto foi bem mais elucidativo. Aliás, até esse vídeo de humor abaixo explica a crise da maneira mais didática possível e, embora se trate de um sketch de humor, é exatamente o que aconteceu:


 

Broken English, por outro lado, não me pareceu um bom filme. É sobre uma mulher americana com dificuldades de encontrar alguém. É incrível que um filme como Antes de Amanhecer consiga ser mais interessante do que esse.

27/02/2011
por francis
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Filmes que vi: Schpaa e Hawai.Oslo

Filmes noruegueses, do diretor Erik Poppe. São os primeiros filmes da chamada “Oslo Trilogy” (o último é “Águas Turvas” – vi do último para o mais recente).

Schpaa, de 1998, mostra a rotina de crianças e adolescentes noruegueses, de famílias desestruturadas e/ou de imigrantes, vivendo de forma marginal na sociedade daquele país. O tema continua super atual, o que torna o filme muito interessante.

A marginalização de crianças e adolescentes é um problema mundial, mas o componente da origem imigratória dos protagonistas sempre me chama a atenção, principalmente pelo fato de um país de inclusão social como a Noruega parece não conseguir resolver esse problema da integração dos imigrantes à sociedade. Se nossos problemas aqui no Brasil fossem esses…

Já Hawai.Oslo tem outra temática – a de algumas vidas entrelaçadas por uma previsão de um inevitável acidente, e a tentativa de prevenir que este acontecesse. Sei que minha descrição não presta pra nada, mas dizer mais seria contar parte da história que revelaria o final. Filme muito bom.

23/02/2011
por francis
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Filmes que vi: Control Room

Documentário de 2004, muito bacana, mostrando a cobertura da imprensa na Guerra do Iraque, mais especificamente, de como a Al Jazeera fazia a cobertura sob a ótica do invadido. Demonstra, ainda, a parcialidade da mídia ocidental na cobertura das guerras promovidas pelos EUA.

Muito, muito bacana!

18/02/2011
por francis
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Livros que li: Queda de Gigantes

Título Original: Fall of Giants

Autor: Ken Follett

Outro excelente livro de Ken Follett, sempre ao estilo de misturar ficção com realidade, só que dessa vez com vários personagens reais. Conforme um amigo comentou, é o tipo de livro que, se fizesse parte do currículo escolar, ensinaria muito mais sobre o período da Primeira Guerra Mundial do que as aulas tradicionais – muito embora eu tenha tido o privilégio de ter aprendido história com um excelente professor.

18/02/2011
por francis
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Livros que li: Mundo sem Fim

Título original: World without End

Autor: Ken Follett

Eu havia assistido Os Pilares da Terra, série baseada no livro homônimo de Ken Follett, e decidi ler um de seus livros. Nada melhor do que Mundo Sem Fim, meio que continuação daquele outro.

Trata-se de uma narrativa fictícia que tem como pano de fundo a decadência do poder eclesial em detrimento de uma burguesia mais forte. E, ao estilo de Ken Follett, ficção mistura-se com realidade, em um texto fácil e prazeroso de ler. A sensação do leitor, ao final, é a de ter estudado para a prova de história e, ao mesmo tempo, ter lido um excelente romance.

11/02/2011
por francis
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A Nokia vai usar Windows Phone 7!

É o fim de uma era: a Nokia, depois de viver essa crise de identidade há um tempão, resolve fazer um softwarecídio e adotar o Windows Phone 7.

Fico triste. Alguns dos melhores celulares que já usei eram da Nokia, empresa que parece ter sempre privilegiado os geeks em seus designs. Só uma empresa de geeks poderia lançar aparelhos que já viam com SiP (VoIP) de fábrica, recursos que 99% dos usuários nem saberiam pra que servem. Os aparelhos eram quase indestrutíveis. Quem não tem um relato de algum Nokia que sobreviveu a alguma hecatombe, seja uma queda no vaso sanitário, seja um pulo sem paraquedas da mesa ao chão?

O problema é que a Nokia parecia perdida: enquanto as lindas interfaces da Apple e do Google tomaram os aparelhos, a companhia finlandesa ainda insistia em uma interface que ainda era um misto de telefone comum e smartphone. A Nokia era imbatível na interface para celulares, e, embora seus smartphones eram excelentes, a Blackberry parece ter sido muito mais competente quando tomou o mercado móvel corporativo de assalto. Por falta de uma estratégia adequada de distribuição de aplicativos – a Ovi Store só veio depois – a Nokia perdeu o bonde. Instalar um aplicativo em um smartphone da Nokia era muito louco – quem não se lembra de ter que ler tutoriais para tirar aquela exigência chata de exigir assinatura dos programas a serem instalados?

Por outro lado, pode ser que agora a Microsoft ganhe credibilidade. Seu sistema, apesar de parecer muito bom (o que duvido, porque sou pirracento e acho que nada de bom vem de Seattle, exceto o grunge), parecia fadado a morrer, não por ser ruim ou nada, mas simplesmente por questão de timing – o mundo hoje é do iOS e do Android. Porém, se há uma coisa que a Nokia tem é respeitabilidade de sua base de usuários (apesar dos constantes tiros no pé), e pode ser que isso sirva para dar o empurrão que a Microsoft precisa.

Em todo o caso, é uma pena que uma empresa, que parece ser a que mais entendia o que um celular deveria ter, tenha que abandonar a sua essência por ter perdido o trem da história.

Só me explicando: esse meu último parágrafo parece uma contradição. Mas é porque os celulares da Nokia, no que se refere a hardware, eram sempre completos! SIP, bluetooth, WiFi, 3G, câmera frontal, GPS, cartão de memória… se esses recursos hoje são dos celulares top, eram raros há 3, 4 anos atrás, exceto em aparelhos medianos da Finlândia…

11/02/2011
por francis
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Kindle x iPad

Enfim, sucumbi ao Kindle.
Eu sou um consumidor voraz da Apple, e a pergunta natural é: preferiu o Kindle ao iPad?
Bom, embora análises sobre o iPad e o Kindle como leitores de livros digitais existam aos montes na internet, deixa eu dar aqui o meu pitaco:
O Kindle e o iPad não são competidores – ou melhor: os dois aparelhos, em si, não competem um com o outro. Eu penso no iPad mais como um substituto do netbook, como disse Jobs. A leitura de livros digitais é apenas uma das funções do aparelho. Assim como processamento de textos, planilhas eletrônicas, retoques de fotos, etc., serem usos/tarefas que o iPad dá conta, claro que são melhor realizadas em um computador. Assim como é possível ler livros no iPad, em algumas situações, ler no Kindle é muito melhor.
Explico: o que eu gosto no Kindle são quatro coisas específicas:
o Kindle é leve. MUITO leve. Eu não me incomodo com o peso do iPad para ler (embora muita gente se incomoda com seu peso), mas segurar o Kindle para ler é mais confortável.
a tela do Kindle não tem reflexos, ou, pelo menos, esses não são tão fortes quanto os do iPad. Ler no iPad em sala com muita iluminação, ou próximo a uma janela, é um exercício de buscar o melhor ângulo. Com o Kindle, o problema não é tão grande.
a bateria do Kindle dura uma eternidade, enquanto que o iPad nem sempre aguenta um dia de leitura.
no Kindle posso usar um dicionário bilingue, o que não posso fazer no iPad, nem mesmo no aplicativo do Kindle para esse tablet. Para quem lê muito em inglês, é muito bacana poder descobrir o significado de  alguma palavrinha marota que o autor usou.
O Kindle parece papel. Tanto assim que, ao recebê-lo, pensei que o que tava na tela era algum adesivo.
Mas o iPad tem seu lugar como leitor de eBooks. O que prefiro no iPad:
as fontes do iPad são muito melhores, bem mais rebuscadas.
ler à noite no iPad, pra mim, é melhor – não preciso ligar a luz, posso reduzir o brilho da tela, etc.
o acesso à internet pelo iPad é mais confortável, e é possível fazer alguma pesquisa durante a leitura – o que também é possível pelo Kindle – só não é tão prático.
eventuais ilustrações nos livros são fiéis, e não são reduzidas aos tons de cinza do Kindle.
jornais e revistas são mostrados de forma muito mais legal no iPad.
O modelo que peguei é o menorzinho. Optei pela versão com 3G, só por precaução: o 3G faz falta no meu iPad, o que não seria necessário se a Apple fosse decente com seus usuários e permitisse o compartilhamento do 3G do iPhone pelo WiFi. Hoje em dia, o cidadão precisa pagar uns 3 planos de dados para seus gadgets funcionarem, caso opte pelo ecossistema da Apple, e isso é um absurdo. Parece que essa situação maluca vai mudar em breve, já que a Apple deverá implementar a função de hotspot no iPhone na próxima atualização do sistema, embora provavelmente ficará a cargo da operadora permitir ou não tal serviço. Aposto uma visita ao estábulo da cidade como a Oi não vai permitir, até porque não habilita o tethering via cabo/bluetooth para seus usuários, senão em planos BEM mais caros. A Amazon foi muito mais legal com seus usuários, dando o 3G de lambuja, sem necessidade de planos junto à operadora, a fim de que a experiência do usuário seja a mais agradável possível.
Ainda não comprei livros diretamente pelo aparelho da Amazon, porque já tinha livros comprados via site, e que já li ou ia ler através do iPad. Os livros foram baixados normalmente no aparelhinho.
Portanto, se você é um leitor voraz, e gostaria de ler ao ar livre, de dia, e não gostaria de recarregar o aparelho o tempo todo, o Kindle é seu amigo.
Mas se você quer ler revistas, jornais, quer ler mais à noite, e quer alternar toda hora entre livros e internet, o iPad ainda é imbatível no que se refere à interface. É a minha opinião.
P.S. – O Kindle permite, sim, a leitura de jornais e revistas. Mas esse tipo de conteúdo sempre tem muitas fotos, recursos multimidia, etc., e eu não gosto da interface do Kindle para esse tipo de conteúdo. Questão de gosto.

06/02/2011
por francis
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PS

Falando em telemarketing, fazia tempo que telefonava para a Oi. Deu saudade, sei lá.

Aí telefono, perguntando se poderiam aumentar a velocidade do meu DSL , chamado Velox.

“Senhor, infelizmente a velocidade máxima para a sua linha é 1mb.”

“Mas aqui na minha cidade tá todo mundo tendo sua velocidade aumentanda.”

“Entendo, senhor. É que isso está sujeito a vários fatores: armário onde sua linha está conectada, número de portas no seu armário, se sua estação já teve upgrade, etc.”

“E há alguma previsão de upgrade da minha linha? Posso mudar a minha linha de armário?”

“Senhor, poder, pode. Mas só quem pode fazer isso, e só quem tem previsão de quando esse upgrade pode ser feito, é um técnico da operadora.”

“Ah, ótimo! E como faço pra falar com um técnico?”

“Senhor, não sei…”