29/05/2010
por francis
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A eleição da UESB, e o cúmulo da hipocrisia

Os neo-democratas, ou melhor, democratas conforme a ocasião, estão soltos. Quanta hipocrisia…

Refiro-me ao resultado das eleições da UESB. Quando o Prof. Abel Rebouças foi nomeado, apesar de não ter sido o mais votado, onde estava a verve democrática desse povo?

É por isso que, cada vez mais, detesto a politicagem brasileira.

Detesto os argumentos tolos que dizem que o Governador deve nomear A, B ou C. Tolos, porque a LEI dá a prerrogativa ao Chefe do Executivo de nomear alguém DENTRE OS MAIS VOTADOS. A lei, com isso, determina que a sociedade, através do seu representante eleito, é quem tem a palavra final a respeito de quem deve assumir a direção de uma autarquia de tamanha importância.

Além disso, o voto paritário distorce qualquer idéia de legitimidade. O candidato mais votado (ao qual tenho grande simpatia) não foi o preferido por professores e alunos. Assim, sua vantagem perante aos funcionários lhe daria legitimidade? Veja que falo isso por falar, porque legítimo é o escolhido pelo Governador dentre os mais votados, e fim de papo.

Esse discurso hipócrita de hoje é um desserviço à democracia. É uma falta de respeito com um representante do povo, eleito por ele, a quem cabe a prerrogativa INDELEGÁVEL de nomear o Reitor da UESB. É de um oportunismo sem limites tentar misturar as coisas, como se a nomeação da segunda colocada fosse alguma teratologia ditatorial.

Eu, se fosse o Governador, nomearia a candidata ligada a si. O ônus e bônus da atuação da candidata serão do Governador. Ou se o Reitor mais votado for nomeado e fizer uma gestão ruim alguém tem dúvida de que os oportunistas de plantão irão culpar o Governador pela nomeação?

Está na hora de civilizar o debate político, sem esse teatrinho bobo, destinado apenas a garantir os interesses de grupos políticos sob o manto de ideais nobres, como legitimidade, escolha democrática, mas que são apenas palavras, dirigidas com o propósito de sustentar, de forma hipócrita, interesses particulares.

25/05/2010
por francis
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O Rio Grande do Sul

Voltei um admirador da cultura gaúcha. O lugar é mesmo muito bom, e quase tudo era bastante agradável. A cultura, o povo, as cidades, a organização… Pra quem vive em um Nordeste que ainda tem muito o que fazer, aquilo lá parece um outro país.

E duas coisas aconteceram: agora sou torcedor do Inter, e admirador do Chimarrão. Do primeiro, não falo muito – são coisas que acontecem. Mas o segundo…

E tenho que reproduzir aqui um artigo que vi alhures, sobre os dez mandamentos do chimarrão:

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23/05/2010
por francis
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Maratona de Porto Alegre: Missão cumprida

Completamos a marvada. Minha terceira maratona. E foi fantástica.

Adorei a cidade de Porto Alegre, devo dizer.

A organização foi impecável, exceto pela entrega dos kits. Achei ruim ser em uma loja um pouco apertada, e não teve a tradicional feira de produtos esportivos. Isso achamos que foi bem ruim.

A largada foi às 7:15 da manhã, portanto tivemos que madrugar.

Pronto pra largar!

O tempo estava ótimo, e houve distribuição excelente de isotônicos e água. Achei o isotônico (PowerRade) ruim, deixa um gosto meio adstringente na boca, mas os meus amigos que foram comigo gostaram muito. Questão de gosto. Gatorade, pra mim, é imbatível.

A bronquite afetou um pouco o desempenho, sendo que, nos primeiros 20km, corri mais lento do que gostaria, mas corri bem. O iPod não registrou a corrida, mas serviu como inspiração: algumas músicas que escutei durante o percurso me animaram muito, sendo que, em alguns momentos, parecia que ia decolar!

Finalizei em 3h46m (mais ou menos, tempo não-oficial), o que considerei excelente, levando em conta a bronquite já mencionada.

Local da chegada e da largada.

Pertinho da linha de chegada!

Depois fomos comer churrasco gaúcho, e devo confessar que, a partir dessa data, sou torcedor do Inter… 😉

UPDATE: Saíram os tempos oficiais! Meu tempo foi de 3:46:22! Fantástico… Fiquei em 63 na minha categoria (30-34 anos), em um total de 130 corredores (masculino), e em 402 em um total de 1119 corredores que terminaram a prova!

20/05/2010
por francis
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Jornalismo e blogosfera

Eu não quero aqui discutir o mérito da questão da exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista (para os d’além-mar, essa foi uma discussão forte no Brasil nos últimos anos, que culminou com a decisão da inexigibilidade da graduação para o exercício da nobre profissão).

A questão é que o jornalismo graduado conhece (ou deveria conhecer) algumas normas básicas e deontológicas referentes à sua profissão. O leigo, não. E como ninguém pode alegar desconhecimento da lei para não cumprí-la, os que se aventuram no mar de oportunidades que a internet proporciona para fruição do legítimo direito de liberdade de expressão acabam por, às vezes inadvertidamente, praticar deslizes éticos e legais. Refiro-me, principalmente, à publicação do conteúdo alheio.

Em Vitória da Conquista temos, como em todo lugar, muitos blogs. Exceto alguns poucos que, por sinal, são geridos por jornalistas de carreira, a grande maioria vive de reproduzir conteúdo alheio, muitas vezes sequer sem citar a fonte. Há blogs, inclusive, cujo conteúdo quase exclusivo é composto de vídeos jornalísticos da emissora de TV local.

Alguns agem de completa boa-fé: um amigo-irmão meu, por exemplo, dia desses me perguntou: “ué, mas se você publicou, não se tornou público?”. A confusão é comum: público x de domínio público. Ao redigir um texto, o autor é o seu dono. Publicá-lo não lhe retira a condição de propriedade do direito autoral. A reprodução por terceiros é, assim, violação indiscutível do direito autoral, o que sujeita o infrator às sanções criminais e civis.

O que é pior, ainda, e intolerável, é a reprodução feita ipsis literis sem que sequer a fonte seja citada. Temos, assim, numerosos blogs, mas poucos, de fato, produzem conteúdo.

Infelizmente nenhum grupo econômico em Conquista atentou para o fato de que há uma verdadeira carência de um site de notícias com informações locais. Há boas idéias e boas intenções que, talvez por falta de financiamento, não cumprem a tarefa. E, assim, com a morte dos jornais de papel, qual será o veículo que informará a sociedade? Blogs reprodutores de notícias esparsas? Blogs tão contaminados por interesses partidários que, se espremer, sai voto? Blogs com gente inteligente, mas sem anunciantes, o que impossibilita a oferta de trabalho digno a nossos jornalistas?

18/05/2010
por francis
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Novo Passaporte

Fui renovar o passaporte. Finalmente nós, aqui de Conquista, não precisamos mais ir a Ilhéus ou outra cidade qualquer que tenha Delegacia de Polícia Federal para tirar o tal documento.

O passaporte, agora, não é mais entregue na hora, devido às medidas de segurança implementadas. O passaporte, por dentro, está bem mais bonito, e não mais aquela coisa horrível que tínhamos antes. O meu, de 5 anos atrás, tinha meus dados batidos à máquina! Era uma vergonha apresentar aquilo em qualquer imigração.

Agora o material da capa regrediu: pobre, com aspecto barato. O meu passaporte anterior (à esquerda na foto, com buraquinhos de cancelamento) tinha uma capa com material que lembra… camurça? Esse novo parece uma carteira de trabalho estilizada. Tudo bem, é frescura ficar falando da qualidade de algo que, nada mais nada menos, é apenas um documento. Só que quando você olha um passaporte de alguém de outro país, percebe que eles têm um certo cuidado em confeccioná-lo com mais cuidado, com esmero, até.

Fui inventar de tirar a foto sorrindo. Me lembrei de um episódio de Friends, onde Chandler não conseguia sair bem em nenhuma foto onde sorria. Foi exatamente isso que aconteceu: tirei a foto sorrindo, mas fiquei com cara de otário. Preferia quando a gente levava a foto – pelo menos dava pra escolher uma boazinha. Agora, contei apenas com a boa-vontade e paciência do agente da PF, que disse, sobre a foto sorrindo: “ficou melhor”. Ficou P.N.

18/05/2010
por francis
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É impressão minha?

Quando José Serra ultrapassou Dilma Rousseff nas pesquisas, o assunto esteve na primeira página do UOL. Foi tema de reportagens. Lá ficou por longos dias. disso me recordo, pois o fato não foi há tanto tempo assim.

Pois bem: na sexta ou no sábado, o instituto Datafolha divulgou pesquisa em que Dilma voltou a passar Serra nas pesquisas. O assunto ficou por algumas horas na seção principal do UOL, para depois ir para o fundo da página. Depois, nova divulgação de pesquisa CNT/Sensus, com Dilma à frente, teve a manchete dizendo que “Dilma e Serra estão em empate técnico”, para logo depois, também, ir para o fim da página.

Pra mim está absolutamente claro quem é o preferido do Grupo Folha.

Como também continua a me espantar receber e-mails de meio mundo de gente dizendo que a Dilma participou do atentado que matou um sargento (argumento hipócrita, já que estávamos em uma ditadura, e mentiroso, já que o nome dela não consta da lista dos que participaram da ação). Ou que a Dilma é isso, ou aquilo.

Sempre achei que o jogo sujo, dos e-mails e hoaxes, é orquestrado cuidadosamente para difamar candidatos de esquerda. Digo isso porque nunca recebi um único e-mail sequer falando, por exemplo, de filho extra-conjugal de um ex-presidente. Já a da filha do Lula, até em horário gratuito saiu. Enfim, é a versão moderna das famosas cartas anônimas, colocadas por baixo das portas em décadas passadas, cujo único objetivo era o de divulgar boatos e difamar a honra alheia (ou mesmo espalhar um acontecimento legítimo, sob o manto do anonimato).

Mas o certo é que, 8 anos depois, o Brasil não quebrou, como disseram que ia quebrar. Não faliu, como disseram. E não nos sovietizamos nem um pouco. Claro, como todo brasileiro, sinto que a política ficou mais homogênea. O PT, infelizmente, cometeu deslizes. Passou a ser vidraça. Nosso país não deixou a corrupção para trás, ao contrário do que imaginávamos. Quem diria: dizia-se que o governo do PSDB era corrupto, mas sabia administrar. E eu dizia que não se vendem princípios. Os anos passam, e a gente aprende e se surpreende: o PT administrou muito melhor que o PSDB, mas assimilou algumas práticas por pragmatismo puro.

Acho eu que nunca tivemos uma auto estima tão elevada. O Brasil volta a ser o país do futuro. Mas a verdade é que continuamos tão bárbaros quanto antes. Nosso jogo político ainda é do nível das cartas anônimas da década de 60/70, e da imprensa de direita-tipo-Globo-do-debate-CollorxLula.

E vou concluir, antes que comece a falar da hipocrisia e cinismo do Geddel falar mal de Wagner, em cujo governo estava até alguns poucos meses atrás, sob forma de cargos, sem que tenha a decência de assumir a responsabilidade pelos erros do governo. Ou pela hipocrisia e cinismo de dizer que não houve transferência de recursos do Governo Federal para a Bahia sob o governo de Wagner, quando ele mesmo, Geddel, foi acusado de ter usado recursos destinados a situações de emergência em valores astronômicos para a mesma Bahia. Ou das conversas de alianças Wagner-César Borges-Geddel, como se programa de governo fosse o que menos importasse – vão se xingar em um teatro para platéia no horário eleitoral gratuito.

O certo é que política é que nem viver em um mundo virtual, como Matrix: lá, como cá, há apenas uma aparência destinada a chamar a nossa atenção quando, de fato, somos apenas um instrumento para a busca do poder deles, uns com melhores intenções que os outros, mas sempre desejosos de poder. E nos convencem direitinho, os danados… Somos como torcedores de times de futebol, cegos pelas cores das bandeiras, sem perceber que, lá no gramado, são 11 jogadores de um lado, em nada diferentes dos outros 11 do outro lado, a não ser pelas cores que seus uniformes ostentam. E nós, como malta ensandecida, optamos por um desses times, ou partidos políticos, que hoje digladiam-se, amanhã amam-se, mas que todos os dias nos fazem de idiotas.

18/05/2010
por francis
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Jogatina no Mac

No domingo eu estava sem muita coisa pra fazer. Comecei a ler um livro, mas me deu saudade de um jogo que tenho pra Mac já há alguns anos. Com sorte, achei o CD: Railroad Tycoon 3.

Lembro-me que descobri esse jogo na casa de um amigo, ainda em DOS ou Windows 3.11, não lembro, há cerca de 15 anos. E sempre quis jogá-lo. Comecei a fazê-lo às 8 da noite, e não parei até as 3 da manhã.

Trata-se de uma espécie de Sim City das ferrovias: você é um empreendedor iniciante que começa a construir ferrovias e interligar algumas cidades, construindo trilhos, estações e colocando trens para rodar entre as cidades. Viciante, mesmo.

Deve haver uma versão mais nova, mas não conheço. Vale a pena experimentar.

Em outro front, lançaram Steam para Mac. Trata-se de uma plataforma que roda vários jogos. É como um iTunes, só para jogos no próprio computador. Uma boa quantidade de jogos passa a ser disponível para quem usa Mac e sempre reclamou que não tinha tantos jogos. E eu confesso ter sentido um frio na espinha quando vi que tinha Civilization IV no Steam para Mac. Civilization III era extremamente legal de jogar, e eu até pensei em comprar o IV, que custa $19. Mas deixei quieto: chega de dormir às 3 da manhã… 😉

16/05/2010
por francis
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Filmes que vi: Hamsun

Co-produção norueguesa, dinamarquesa, sueca e alemã sobre os últimos anos da vida de Knut Hamsun, escritor norueguês e Prêmio Nobel de Literatura, figura polêmica que foi chamado de “A Alma da Noruega” e, posteriormente, demonstrou apoio ao regime de ocupação nazista naquele país.

Max Von Sidow em atuação fenomenal.

11/05/2010
por francis
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iPod: a saga

Hoje fui correr com o iPod e um receptor antigo (nike+). Funcionou bem, só que interrompeu o treinamento antes que eu mandasse, de forma aleatória.

Estou pra desistir. Não sei se o problema é do iPod (já é o segundo), ou do receptor (já é o quatro ou quinto). Será que a condensação de umidade no armband é que provoca isso? Coincidentemente, quando usava o primeiro iPod com aquele primeiro armband da Nike, isso não acontecia – acho que ele favorecia a não retenção de umidade (embora ficasse encharcado por fora). Com esse novo armband da Apple, fica tudo embaçado, e o receptor parece reter um pouco de água.

Arrisco dizer que 20-30% da graça de correr está em correr com o iPod cronometrando. Será que vou ter que passar a usar polar/garmin/sportband ou outra coisa? 🙁

10/05/2010
por francis
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Nunca houve melhor época para usar um Mac

Usar Mac era mais ou menos como fazer parte de uma sociedade secreta. Sempre houve uma certa mística. Quando criança, ouvia falar naquele computador fantástico, com seus gráficos e sons à frente do seu tempo. Ou do computador ideal para tratamento de imagens.

Nunca usei Windows – melhor dizendo, nunca tive um PC. Passei do Amiga diretamente para o Mac quando a Commodore faliu. E nunca olhei para trás.

Como em toda “sociedade secreta”, fiz vários amigos usuários da plataforma, alguns no meio da adversidade de se usar um computador que sequer falava português. E trouxe pelo menos umas 10-15 pessoas para a irmandade, dentre as quais a minha genitora, a quem, vez por outra, socorro quando surge algum problema (como da vez que ela tirou todos os ícones do Dock porque adorou os efeitos que faziam quando se esfumaçavam). Acho que nenhum deles se arrependeu. Lamento apenas não ter proporcionado à minha tia querida um Mac também, porque sinto que seria a forma que ela encontraria para finalmente fazer uso da internet. Bom, ainda há tempo…

Acontecem coisas engraçadas: antes, as pessoas me perguntavam: “como faço isso no Mac?”, e eu me virava para responder. Hoje, a pergunta típica é contrária: “Como faço isso no Windows?”, já que alguns dos mac-users que conheço já são tão acostumados com a plataforma que, quando têm que usar Windows, já ficam meio perdidos.

E fico feliz porque raramente preciso usar Windows – apenas quando algum programador preguiçoso desenvolveu algum sistema cujo acesso se dá apenas por Windows.

O fenômeno do iPhone de vez em quando faz com que pessoas me liguem perguntando como fazem determinada tarefa, normalmente envolvendo sincronização de dados entre o telefone e o computador. Eu quase nunca sei a resposta, porque eles usam Windows, e eu não. E é incrível a quantidade de software simples que permite que se façam coisas tão poderosas no Mac, de forma tão elegante e prática.

Hoje em dia, uso o Dropbox, SugarSync, Things, Bento, iCal, Mail, DragThing e Tweetie, tanto em casa quanto no trabalho. E a sensação é que meu dia é muito mais produtivo, porque tenho tudo sempre à mão, em casa, no trabalho, em todo canto. E estou quase decidido a não mais usar o Word, que anda muito pesadão, preferindo o Pages. Apenas na questão da navegação, embora prefira o Safari, vejo que este anda dando umas travadinhas.

Não é de hoje que o software para Mac é mais elegante. Mas de uns anos pra cá, parece que não há absolutamente nada que se procure pra Mac que não se ache.

E mais: com a Apple Store no Brasil, apesar dos preços oriundos dos impostos dessa terra, é fácil comprar Mac, é mais fácil ter assistência técnica (da qual só me lembro de ter precisado uma única vez em 13 anos de plataforma), é mais fácil encontrar gente que use.

O computador é mais fácil de usar, e a metáfora às vezes confunde quem vem do Windows, mas me torna muito mais produtivo, movendo janelas pra todo canto, tabs no navegador com textos de referência abertos, calendários, agenda… Enfim, é quase como uma extensão da minha mesa.

Relato isso tudo, porque, acredite: as possibilidades em termos de informática quando se usa Mac são muito maiores. Quer para se compartilhar uma conexão de internet, quer para se compartilhar arquivos em rede, quer para mover arquivos daqui para ali, ou para não ter que se preocupar com segurança e antivirus o tempo todo.

E eu não preciso ir reformatar o computador de minha mãe toda semana… E isso já é bom o suficiente.