Ah, o preconceito…

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O que me deixa mais feliz não é só a Dilma ganhar. É ver como as pessoas podem ser tão cruéis e preconceituosas. Como a derrota (ou a possibilidade desta) pode trazer o que há de mais selvagem, mesquinho e discriminatório nas pessoas.

Amigo que sigo no Twitter retransmitiu os seguintes posts: “Para quem voltou na Dilma parabéns pela vitória, e para quem votou no Serra parabéns pela inteligencia!  (@larygsm)”

ou “@happymoon: graças à pessoas como o porteiro do prédio ao lado que disse em voz alta pra todo mundo votar na “Dilma Rósséfa”

O primeiro comentário reflete a arrogância dos ditadores: quem não pensa como eu, é idiota, menos inteligente, ou o que o valha. O segundo, reflete a perversa idéia de que alguém mais humilde não tem direito a uma escolha, ou não pode fazê-la de acordo com sua percepção do que é melhor. Minha escolha pode não ter sido a melhor, mas foi a que pareceu a melhor de acordo à minha consciência.

Mas o porteiro do meu prédio votou em Serra. Enfim, além da inutilidade do xingamento, o preconceito revela mais algo de ruim sobre quem o emite do que sobre seu alvo.

E espero que tenhamos dias melhores.

Autor: francis

the guy who writes here... :D

2 Comments

  1. Caro amigo, realmente, também vi no Twitter vários comentários preconceituosos, e desde o início já me chamavam a atenção os dirigidos à Marina. Coisas do tipo “não vou votar em alguém com cara de doméstica sapatão”. Outros se referiam ao fato dela não usar maquiagem, ou passar apenas corante de beterraba nos lábios. Vários e vários, superficiais e carregados de preconceito. Felizmente não de pessoas que sigo (se fosse, teria dado unfollow na hora), mas principalmente enquanto acompanhava debates da TV, pelas hashtags. Acho que sei selecionar bem quem eu sigo, mas é fora da minha timeline é que vejo o que realmente pensa a chamada “elite brasileira formadora de opinião, que tem acesso à web e às redes sociais”.

    Fora da web, também me irritava profundamente as conclusões simplistas que pobre vota na Dilma e rico vota no Serra. Curiosamente, aqui em Curitiba, eu vi o contrário: pessoas mais humildes votando no PSDB e as classes mais altas, no PT. Por aqui se fala que a Dilma ganhou por causa do nordeste, mas é só fazer as contas para ver que, se excluírmos norte e nordeste, ela teria ganho do mesmo jeito.

    Só me resta lamentar o pensamento de colônia do brasileiro. Estou lendo um livro de Joaquim Nabuco e, se eu transpor aqui alguns trechos, qualquer um juraria que foi escrito em 2010. Eu pensei que a internet traria um pouco de ar fresco às discussões políticas, mas o que eu vi foi um mero papaguear de tudo o que se diz há 200 anos.

  2. Linda, falou e disse. Acho que convivemos mal com o diferente, e parece que não estamos lá muito acostumados com democracia. Enfim…

    (a propósito, Ctba tá chegando! 🙂

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