25/12/2009
por francis
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O direito de esquecer

Li recentemente na Info do mês de dezembro/2009 um pequeno texto sobre “O Direito de Esquecer”. O texto falava sobre um livro de um escritor alemão cahamado Viktor Mayer-Schönberger, intitulado “Delete: The Virtue of Forgetting in the Digital Age“.

A idéia toda, que achei super oportuna, é que a Internet serve como um arquivo vigilante de tudo o que fazemos. Se escrevemos um texto horrível há 10 anos atrás, ele ainda estará aqui, para desespero do escritor, que nem poderá ocultar ou renegar seu trabalho.

O escritor, assim, receia que acabemos por refrear a nossa criatividade com medo de uma censura eterna, algo que, de fato, parece insuportável. Que nos tornemos pessoas cautelosas demais, frias demais, vazias demais, sem coragem para ousar e errar.

Fico pensando, assim, na classe dos políticos. Acho que nenhum deles escreveu um blog, e poucos devem fazê-lo hoje, pelo menos não de próprio punho ou sobre assuntos diversos. Claro, políticos vivem de aparências. Apresentam-se como seres humanos desprovidos das nossas características mundanas – irritação, raiva, fala coloquial, apego a assuntos amenos, etc. Políticos não devem ir ao banheiro – apesar de fazerem muita merda. Políticos não devem assoar o nariz. Não se vê políticos falando palavrões ou reclamando do tamanho da fila.

Não, decididamente, políticos não escrevem blogs.

Já os que escrevem, nós outros, não ingressamos na política. Deveríamos, até pela atenção que damos ao desnecessário e, com igual fervor, ao necessário, às coisas que nos são diretas e caras. Políticos, por certo, não ligam para call centers, por exemplo.

Mas, venhamos e convenhamos: blogueiros nunca seriam eleitos coisa alguma. Imaginem se alguém votaria em mim, por mais capaz que minha mãe me considere, após ler qualquer texto meu desse blog. Esse post aqui, dentre tantos, por exemplo. Imaginem isso exposto contra mim no horário eleitoral gratuito. Perderia eu todos os poucos votos que teria caso fosse candidato a alguma coisa.

Esse é o nosso problema: nossa hipocrisia em reconhecer que todos usamos de nosso verniz social. Somos todos sorriso ao sairmos de casa, embora, em nossa solidão, tenhamos todos os mesmos problemas: às vezes saco cheio de tudo, às vezes chateação com as contas, às vezes soltamos nossos palavrões. Mas temos que manter postura sacrossanta diante do resto das pessoas.

Pergunto eu aos antropólogos: será que a humanidade sempre foi assim? Quando será que viramos seres duais – o ser individual e o ser social? E quando foi que essa dualidade deixou de ser uma circunstância e passou a ser uma hipocrisia? Quando é que começamos a condenar o comportamento de um político, por exemplo, quando ele saiu com uma secretária, ao invés de prestarmos atenção na sua atuação no exercício do mandato?

Fico a pensar que, apesar da minha total descrença de que esse mundo seja administrável ou tenha conserto, imagino que se desejasse, por exemplo, ser prefeito de Vitória da Conquista, não bastaria que eu tentasse mostrar minhas credenciais acadêmicas/sociais (seja lá o que isso queira dizer)/profissionais. Eu teria que dizer o que realmente penso, e isso certamente me desqualificaria, já que, por suposto, imagino que não votariam em alguém que lava os pratos, que gosta de computadores, que acredita em que um adversário pode ser honesto e um aliado corrupto, fala com a boca cheia, etc.

Enfim, concordo com meu amigo do andar de cima, que infelizmente não atualiza mais seu blog: deveria haver sorteio na administração pública. Os políticos – ah, esses são todos iguais. Mas humanos, por definição, duvido que sejam. Eles não escrevem blog, e não se pode pegá-los nas coisinhas pequenas de nossa vida besta, nem reprovar neles aquilo que, talvez, reprovamos em nós mesmos.

Mas, well, se quiser um conselho, procure saber se seu candidato é de carne e osso. Se usa uma cedilha quando deveria usar dois esses. Se esquece as chaves do carro. Se dá um arrotinho depois de uma coca-cola gelada. Caramba, depois de uma lata de cerveja! Eu, de minha parte, não voto mais em ET’s.

25/12/2009
por francis
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Feliz Natal!

A você, dileto leitor que, nesse momento de festas, deu um pulinho aqui, desejo um Natal supimpa e um ano novo pocado de bom!

A aqueles que não são lá tão fans do Natal (como esse que vos escreve), desejo um Feliz Festivus! Quem não souber do que se trata, mas quiser considerar uma comemoração diferente , favor consultar nosso amigo Google sobre o Festivus.

19/12/2009
por francis
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A Apple e a Oi retiraram o tethering do iPhone!

E a batalha é infinita…

Pois bem: como todo mundo está cansado de saber, a Oi vai vender iPhone. Desbloqueado. Oh, que bom, oh, que maravilha.

Chega um belo dia, há duas semanas atrás, ligo meu iPhone – desbloqueado legalmente e sem nenhum hackeamento – e, ao conectá-lo ao iTunes, me pergunta o aplicativo se quero atualizá-lo com os ajustes para a minha operadora.

Pensei comigo, por que não? Li a página, que, por sinal, salvei, que diz claramente que nenhum mal virá sobre aquele que aceitar a atualização.

Aceitei e… lá se foi o meu tethering.

Tethering, pra quem não sabe, é a capacidade básica de compartilhar a conexão de dados do celular com o computador. Ninguém nunca usou esse nome bonitinho por aqui porque, ao contrário do iPhone, quase todo celular meia-boca que tenha dados e bluetooth faz isso. Porque no resto do mundo (exceto nos Estados Unidos e, pelo visto, aqui) ninguém fica capando o celular, tirando recursos triviais como esses.

A Oi, pousando de boa moça, tirou um recurso que TODOS os seus smartphones têm (pelo menos até quanto acompanhei o portfolio deles).

Houve uma nítida violação da minha privacidade quando a Apple, sem minha permissão, desabilitou um recurso que estava lá. E estava funcionando bem, com a mesma Oi.

Notifiquei a Apple do assunto, mas não me responderam. Então vou à justiça.

Será que existe outro usuário insatisfeito? Se formos muitos, poderíamos entrar com alguma representação no Ministério Público por violação dos Direitos do Consumidor.

A prática é ridícula: repito: qualquer celularzinho de 5, 6 anos atrás, possui o recurso de compartilhar a conexão de dados do celular com o computador. O T68 da Sonyericsson fazia isso. O N95 e E61 da Nokia, e modelos posteriores, idem. O iPhone, também, mas a Oi vai agora capar os seus clientes?

Enfim, quero o tethering no iPhone para a Oi JÁ. Senão, assim que acabar o recesso forense vou entrar com uma ação contra a Apple, já que foi ela que enviou a tal aplicação.

18/12/2009
por francis
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Ainda sobre o Post passado – IPTU

Eu não sei se o leitor conquistense sabe, mas o IPTU é responsável por uma fração mínima, de menos de um dígito, no percentual de receitas municipais.

No entanto, a população da cidade reclamou no aumento do valor do IPTU. Com ou sem razão, a reclamação foi egoísta.

Primeiro, porque o aumento foi todo realizado em bairros de classe média. Segundo, porque o IPTU é uma das poucas receitas próprias do Município (ao lado do ISSQN). O cidadão deveria era se informar sobre o que é feito do seu IPTU. Deveria se preocupar porque sua arrecadação não é suficiente para bancar as pesadas obras de infraestrutura de que tanto gosta.

Ou a cidade começa a pensar que não se fabricam obras por decreto, ou sempre viveremos nesse teatro de “a culpa é do governante”, ou “a culpa é da falta de recursos”, ou “o governo aumenta demais os impostos”.

18/12/2009
por francis
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Vitória da Conquista, que será de ti?

Bom, após tantos assuntos técnicos, vamos falar de coisas mais mundanas…

Algo tem me incomodado em Vitória da Conquista.

Essa cidade tem crescido de forma assustadora. Você, caro leitor, caso tenha estado aqui há uns 5-6 anos atrás e hoje tenha regressado, verá isso. Claro que não estou falando dos índices oficiais, onde, de fato, o crescimento é facilmente demonstrável em números (pra se ter uma idéia, o consumo de cimento daqui foi superior ao de Ilhéus e Itabuna somados e, salvo engano, superior ao de Feira de Santana).

Conquista ganhou as seguintes obras nos últimos 6-7 anos:

– Duplicação da Av. Olívia Flores até a UESB
– Reforma do trecho urbano da Rio Bahia
– Avenida Luis Eduardo Magalhães
– Duplicação da Av. Juracy Magalhães

São quatro exemplos, mas que demonstram, hoje, os principais vetores de crescimento da cidade. É indiscutível que a cidade tem crescido nesses vetores.

Pois bem: agora, sabe-se, Conquista tem a previsão, para 2010, de implantação dos seguintes estabelecimentos:

– Hiper G. Barbosa;
– Wal Mart;
– Hipermercado no Shopping Conquista Sul
– Shopping Boulevard

Isso somando-se a obras também recentes, como Atacadão, Shopping Conquista Sul e, mais distante, o próprio Hiper Bompreço, além de algumas indústrias, como a Dilly (Dass), a Coposchio, etc.

Pronto, chega de dados. Vamos agora à razão da minha chateação.

Penso eu que a cidade tem que ser pensada, agora, de forma coletiva. Não dá pra ser uma cidade pensada apenas em grupos esparsos, que, sim, merecem toda a atenção da administração, mas sempre dentro da perspectiva de grupos esparsos, e não com holofotes.

Exemplo: por que a administração municipal, sabendo que a frota de veículos de Conquista cresce em ritmo superior à média estadual, com um número enorme de concessionárias (recém inauguradas contam-se quantas – umas 10, sem contar as dezenas de multimarcas), parece não abordar o problema de forma satisfatória? Ou, para ser mais direto, por que interromper o fluxo de veículos em três vias centrais da cidade EM PLENO FINAL DE ANO, fazendo com que andar no centro, de carro, seja uma tormenta ainda maior?

Ora, interromperam o fluxo nos segmentos superior e inferior da Praça Tancredo Neves e o superior da Praça Barão do Rio Branco (Praça essa que, durante boa parte do ano, tem seu parque de estacionamento reduzido em razão da montagem de palcos). Ceparam várias vagas de estacionamento na Rua Maximiliano Fernandes, o que causa uma briga por estacionamento e desequilíbrio no contrato da empresa concessionária.

Tudo para que fossem instaladas barraquinhas para vender artesanato, cachorro-quente, essas coisas. CLARO que sou a favor de espaços para que a Economia Solidária prospere, e os pequenos tenham vez. Mas Conquista, agora, não pode parar, e me pergunto se os benefícios para os poucos empreendedores são suficientes para compensar os transtornos para toda uma cidade. Ora, há praças na cidade que poderiam muito bem ser usadas para tais fins – 9 de Novembro, com ampla calçada, parte das alamedas, enfim, nada que prejudicasse o tráfego e o estacionamento.

Antes que me perguntem se acho que os carros devem ser privilegiados em detrimento das pessoas, respondo com um NÃO enorme. Acho, inclusive, que já está mais que na hora de se pensar em intervir de forma radical no Centro, fazendo calçadas em um perímetro grande dali. Mas isso tem que ser pensado com a oferta de vagas nos arredores, como é feito em qualquer lugar civilizado. Bloquear vias de tráfego sem oferecer alternativas é horrível.

Outro aspecto, principalmente para quem já visitou Curitiba, por exemplo, é o tal transporte público. Noto que Conquista possui uma elite meio hipócrita, sempre crítica dos governos mais populares, como esses que estão aí, mas sei também que parte dessa elite é, de fato, interessada no desenvolvimento da cidade. Ora, por que raios não criam um forum para que a cidade seja pensada e construída de forma coletiva? A iniciativa privada precisa colocar a mão no bolso.

Idéias, são várias: Conquista precisa de abrigos modernos de ônibus, com informações das linhas, mapas, etc. Conquista precisa de sinalização dos logradouros, com CEP, guias de numeração, etc. A iniciativa privada poderia muito bem propor isso, e a Prefeitura poderia licitar a publicidade desses espaços.

O Poder Público não tem dinheiro pra tudo, mas a iniciativa privada pode muito bem meter a mão no bolso e dar uma força, com a contrapartida de tornar-se também um agente de desenvolvimento social e, ainda, beneficiando-se com publicidade, geração de tráfego, etc.

A cidade precisa de um pólo digital urgente – aqui se desenvolve software da melhor qualidade, mas é cada um por si. Somos uma cidade cuja única fonte de informação, hoje em dia, é um blog ou dois! Quando é que uma empresa jornalística de verdade vai se interessar em desenvolver um portal decente para a cidade? Quando é que teremos um canal de TV local, com notícias da cidade o tempo todo, cobrindo os eventos ao vivo, como sessões da câmara, festas de largo, exposição, tráfego, tempo? (aqui um parêntese tem que ser aberto ao esforço notável do Eduardo e a TV Local 36, infelizmente restrita aos assinantes da NET e aos internautas, que faz milagre com os recursos à sua disposição)

Na minha humilde opinião, Conquista precisa que o Governo Municipal e a Iniciativa Privada comece a andar junto, e não cada um seguindo suas próprias prioridades. Exemplos de atuações disformes, que precisam ser resolvidas:

– aeroporto – gente, isso é urgente! É pra ontem! Fechem a cidade, se for necessário, mas FAÇAM acontecer! Conquista não é uma vila! As pessoas estão brigando por espaço naquela biboca que chamam de aeroporto! A economia da cidade cresceu ao ponto de que as pessoas lotam os aviões, e o tráfego aéreo daqui tende a disparar se o investimento público for feito. Ou alguém tem dúvidas? E, pior: a cidade é humilhada com o descaso para a questão.

– ferrovia leste-oeste – o Governo do Estado fez descer goela abaixo esse raio de ferrovia, SEM QUE AO MENOS CONSIDERASSE INCLUIR VITÓRIA DA CONQUISTA NO TRAJETO! E não me digam que é por causa do aclive, que não precisa ser engenheiro pra saber que esse não é o problema. Conquista já é entroncamento viário, poderia ser ferroviário. Mas ninguém daqui sequer levantou a questão. NINGUÉM!

– Centro Cultural Banco do Nordeste – Uns querem no centro, outros fora do centro. Resolvam-se, mas tragam o centro!

– Centro de Convenções – Alguém já parou para contar a quantidade de congressos, seminários, simpósios e afins que acontecem aqui? E formaturas? Pois bem: a cidade só tem 1 – UM – lugar para realização de tais eventos. Aliás, vamos ser honestos? A cidade não tem NENHUM lugar decente para a realização de tais eventos. Tem um local na Avenida Juracy Magalhães, que é muito bonito por fora, mas não conheço por dentro. Mas… e estacionamento? Gente, Conquista é central – polariza uma região enorme, é palco para esses eventos! E ninguém fala nada no assunto?

– Praças – Ok, esse assunto é difícil, porque exigiria desapropriações, e tal. Mas todo mundo percebe como o clima daqui tem mudado. Precisamos de áreas de circulação. A cidade está se verticalizando de forma vertiginosa. Ou se criam espaços para circulação de pessoas e de correntes de ar, ou isso aqui vai virar um monstrengo.

É preciso que a cidade comece a se ver no seu tamanho atual, e não como a vilazinha de 100 anos atrás. O crescimento não está tão ordenado, e melhorar isso depois vai ser impossível. E está na hora das pessoas começarem a pensar no coletivo sem lavarem as mãos, culpando o Poder Público. Ou a mobilização começa, ou já era. O Poder Público, sozinho, não tem estrutura, hoje, para cuidar da responsabilidade que o tamanho de Conquista trouxe a seus habitantes, e não por culpa de seus governantes, mas porque a própria economia estatal não permite uma ousadia maior.

17/12/2009
por francis
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SIP é jóia

Bendita seja a Nokia ao incluir o protocolo SIP nos seus smartphones.

Eu tenho achado que falar usando VoIP proporciona uma qualidade de voz muito melhor do que por telefone fixo ou móvel, pelo menos quando utilizada através de um telefone da Nokia. Uso o Gizmo, mas outros provedores são tão bons quanto (Nimbuzz, iptel.org, Vono – este daqui do Brasil), etc.

Enfim, se tiver rede wireless em casa e um celular da Nokia compatível dando sopa, experimente usar SIP para ligações interurbanas e/ou internacionais. É show!

17/12/2009
por francis
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Bento veio pra ficar

Sempre fui um usuário do Filemaker, como já disse aqui. Pra quem não vem do mundo Mac, o Filemaker é um banco de dados, assim como, no Windows, o Access. Utilizava o Filemaker para gerir os registros dos meus clientes e seus respectivos processos.

O Filemaker é excelente, flexível e muito poderoso.

Usar o Mac em um escritório de advocacia, no Brasil, tem dois problemas básicos: a falta de um programa para controle de processos e a inexistência de repositórios de jurisprudência compatíveis com a plataforma.

Esse segundo problema eu não tenho como resolver, muito embora nada custaria às empresas desenvolver soluções cross-plataform, já que, hoje em dia, isso é bem mais fácil, com Java, HTML 5, Web 2.0, etc. Portanto, vez por outra ainda uso o Parallels para pesquisar jurisprudência, muito embora os sites dos tribunais muitas vezes já possuem as decisões prontas para pesquisas.

Já o controle de clientes… Existiu, não sei se ainda existe, uma solução baseada em Filemaker, há pelo menos uns 5 anos atrás, acho eu. Mas, ao que eu saiba, hoje, não tem nada.

As soluções mais modernas para Windows controlam tudo – honorários, gestão de horas, consultas, etc. São capazes, inclusive, de baixar, durante determinada hora, as últimas movimentações processuais.

Sinceramente? Esses recursos não me interessam tanto. Primeiro, porque quando tenho que consultar um processo, faço-o no site do tribunal respectivo. Segundo, porque acho que esse tipo de controle em tempo real só será confiável quando o Poder Judiciário resolver unificar seus layouts de informações. Puxa, porque não padronizam tudo em, sei lá, RSS? Cada processo com seu feed? Assim seria fantástico, seria fácil colocar as novas informações nos bancos de dados, sem medo de uma mudança repentina.

Portanto, meu sistema nunca precisou ser desses parrudos – bastava controlar meus clientes e processos.

Algo, porém, me faltava: um sistema que controlasse, também, minha lista de tarefas, minha agenda, e falasse com o iPhone.

Senhores, conheçam o Bento. Não é à toa que vendeu que nem pão quente a versão dele para iPhone.

Ele é um Filemaker BEM diminuído, sem 10% da flexibilidade do seu pai. Porém, diria eu, é muito mais adequado para fazer o óbvio, o que, no Filemaker, nem sempre é tão fácil.

O Bento foi todo pensado para ser integrado ao Mac. Ele pode guardar (ou usar) sua lista de contatos nativa do Mac (Address Book), ou criar uma lista de contatos à parte. Ou várias listas. Ou cadastros de clientes. Ou o que você quiser. Coisas que, no Filemaker, exigem do usuário uma criação enfadonha e, por vezes, complicada, de relações entre tabelas, no Bento são completamente transparentes. Exemplo? Tente criar um BD do Filemaker com a possibilidade de adicionar vários endereços, vários telefones, e vários e-mails. Isso exigiria umas 4 tabelas no Filemaker, com relações entre elas. No Bento, isso é embutido. E, o que é melhor: a interface para isso é simplesmente linda. Não sei no Filemaker 10, mas a opção de “Lista de Endereços” do Bento é formidável (é como no Address Book: você adiciona quantos endereços quiser aos seus contatos).

A interface é linda, e montar as fichas dos clientes é até divertido. Claro, não se tem a flexibilidade de colocar os campos onde se quer, como no Filemaker, mas, em compensação, a interface é muito mais bonita no Bento.

A integração com o Mac não pára aí: ele trabalha com o iCal. Finalmente posso ter meu controle de prazos e audiências trabalhando com meu banco de dados de clientes. Ao atualizar a ficha de um cliente, ou do seu processo, posso adicionar a data de uma audiência que, automaticamente, é adicionada ao iCal. Assim, tudo funciona de forma integrada, com interfaces muito funcionais para quem se utiliza do programa.

Isso sem falar na versão pro iPhone: agora, minha relação de processos anda comigo. Nada de chegar no forum e ter que telefonar caso esqueça de anotar um processo que queria consultar. Tudo bem sincronizado. E, via MobileMe, fico sabendo dos meus compromissos, já que estão no iCal também!

Criar os bancos de dados é algo que chega a ser lúdico: criei gestores para os recibos emitidos, relação de processos ativos, relação de escritórios parceiros e correspondentes, etc. Tudo isso de forma integrada, podendo relacionar a quais processos determinado escritório tem interesse, etc.

E dá pra colocar o Bento para gerenciar os “assets” dos clientes, colocando links para os arquivos e documentos.

Penso que o Bento é melhor solução para qualquer profissional liberal – médico, advogado, principalmente. E tem outra vantagem sobre os programas específicos: você não fica na mão se o desenvolvedor parar de atualizar seu produto. E o programa cresce com você: qualquer nova necessidade, o programa pode ser modificado. E custa apenas US$49 (eu comprei a versão de US$99, que roda em até 5 computadores ao mesmo tempo, compartilhando as bases de dados).

Enfim, mais que satisfeito com o programa. Só espero não precisar de algum outro recurso do Filemaker no futuro, nem que padronizem logo algo na Web que seja impossível de implementar no Bento (o Filemaker fala com tudo: php, SQL, etc.).

Recomendo, pois.

13/12/2009
por francis
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Música da Semana

Meus caros, essa música veio em um pacote do iTunes. Fantástica, antastica:

40 Day Dream, da banda Edward Sharpe + the Magnetic Zeros

Não posto o link porque tô no iPhone. Procurem no Google, e me digam se gostaram!

13/12/2009
por francis
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Bento matou a pau

Para quem acompanha esse pequeno cafofo blogal, uma atualização na minha busca pelo sistema perfeito de GTD, e um sistema de controle processual nota 10.

Eu sempre usei o Filemaker, já que no Mac não existe um sistema de controle processual decente para advogados, tipo o CPJ, que roda em Windows, ou outros, como um, online, que a OAB está patrocinando. Esses sistemas parrudos atualizam a movimentação processual automaticamente, pela internet, mas não confio muito nisso, já que cada tribunal tem formato diferente para publicação de informações, os captcha’s sempre atrapalham buscas automatizadas e, convenhamos, a justiça é tão lenta que não sei se isso tudo adianta.

O que sempre me interessou foi o controle dos dados dos clientes e dos processos, bem como o andamento dos feitos e as petições. Atualmente, usava um aplicativo para cada coisa – iCal para audiências e prazos, Filemaker para dados dos clientes e processos, e petições localizáveis via Spotlight.

Mas minha vida está para mudar. Vou migrar tudo para o Bento, o programa de banco de dados do Filemaker que deveria ser inferior ao próprio Filemaker Pro. Mas não é, e digo o porquê da minha conclusão:

– Bento é totalmente integrado com o Mac – vou poder colocar meus clientes no Address Book do computador, e usá-los no Banco de Dados;

– as audiências, prazos e listas de tarefas vão ficar todas no Bento também, já que são as mesmas do iCal – eles usam a mesma base de dados! Como o Things também o faz, embora ainda de maneira meio tímida, tudo vai ficar centralizado.

– a interface do Bento é linda, linda, linda.

– o Bento fala com o iPhone – preciso dizer mais? Só isso já vale o preço do programa, não?

Minha preocupação com o backup vai ser resolvida também, quer via Time Machine, quer via MobileMe, já que os dados dos clientes vão ter backup online, e os processuais estarão no iPhone e no backup do Time Machine, embora eu estude um backup semanal do bd do Bento no MobileMe, via aplicação de backup.

Eu sempre torci o nariz para o Bento, mas estou me redimindo – às vezes, mais é menos.

A única coisa que poderá me fazer falta em um futuro, penso eu, ainda distante, é que o Bento não roda em servidor, isto é, não tem um Bento Server. Mas permite compartilhar o banco de dados com até 5 computadores, o que já é fantástico, já que os dados dos clientes poderão ser compartilhados para outros computadores normalmente via publicação em um CalDAV da vida, caso precise compartilhá-los com mais gente o escritório, o que ainda não é o caso. Mesma coisa para os compromissos, datas e prazos. E o custo das licenças é tão baixo que daria pra comprar 4 ou 5 Bento com um Filemaker.

Outro defeito, também para o futuro, é a arquitetura do Filemaker Pro, que suporta plugins que dão funcionalidades, como suporte a webcam, leitores de código de barra, etc. Mas também, sei lá se um dia vou usar isso tudo. A webcam, talvez, para começar a colocar foto dos clientes. Pretendo também colocar um scanner para digitalizar toda a documentação dos clientes. Mas o resto… Só que as qualidades do Bento, hoje, para mim, vão ao encontro das minhas necessidades atuais, ao contrário do Filemaker, que não conversa com o resto do Mac.

E, ironia do destino, o Bento só roda em Mac, o que é uma desculpa para migrar o escritório todo para Mac. Mas o programa é mesmo show, e o preço é muito bom.

13/12/2009
por francis
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Nike+ ou Garmin

A pergunta é motivada pelo fato de que em breve, quando e se o dinheiro pintar, devo ter que comprar um iPod Nano para correr.

Ocorre que amigo meu da corrida quer comprar um Garmin Forerunner 405, e, pelo preço (no exterior), confesso que fiquei balançado.

O Garmin é melhor do que o Nike+iPod em tudo, exceto pelo fato de que não toca música. Tem GPS e monitor cardíaco, coisas que o Nike+ não tem.

Ocorre que fiz bons amigos na comunidade da Nike (Nikerunning), e não queria abandonar o ecosistema). Mas é chato pagar mais por um produto inferior.