09/06/2007
por francis
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E ele se foi…

O amigo que, com sua rede de amigos, dava amigos às pessoas.
Aquele que, trabalhador, sabia que isso era virtude, mas que o importante era viver, era ter amigos.
Aquele que sabia rir, e sabia fazer rir.
Aquele que se orgulhava de cultivar a amizade.
Aquele que viu meu primeiro carro.
Aquele que riu da minha primeira batida, se assustou com a segunda, e preveniu as outras.
Aquele que estacionava meu carro no inicio quando eu ia vê-lo, e me ensinou a fazê-lo.
Aquele que me ensinou a fazer um muambá de frango.
Aquele que tinha mil projetos, e executava 1.500.
Aquele que criou o sítio mais gostoso que já vi.
Aquele que, nos momentos difíceis, mesmo sem saber, junto com sua esposa, me ofereceu seu lar, e, com isso, a paz.
Aquele que me convidava para comer as melhores comidas já feitas sob a face da terra, e me oferecia o quarto de visitas para me recuperar da gula.
Aquele que tinha o inconfundível sotaque portugues, mas era angolano de nascimento.
Aquele cuja lanchonete era parte da minha rota diária.
Aquele a quem ajudei a comprar o primeiro celular.
Aquele a quem levei na rodoviária tantas vezes, rindo de como me perturbava dando palpite na minha direção.
Aquele que um dia apostou uma corrida comigo ao subir uma ladeira.
Aquele que comparou minha altura com a da Lídima.
Aquele a quem já perguntaram se era meu pai.
Aquele para quem já fiz comida mexicana.
Aquele que, por alguns natais, me chamou para comer bacalhau como só D. Armanda fazia.
Aquele que me oferecia das novidades da lanchonete.
Aquele que se orgulhava do café cremoso mais gostoso do mundo, segredo de 7 chaves.
Aquele fotógrafo pioneiro de Conquista.
Aquele que me chamou uma vez para o seu aniversário no seu sítio, e acabei indo a todos…
Aquele arquiteto formado pela vida.
Aquele que nunca me deixava sair logo da lanchonete.
Aquele que era querido por todos os seus amigos.
Aquele que vi hoje pela última vez.
Aquele que partilhou comigo de sua amizade, e que com ela me honrou.

Minha eterna saudade, Seu Mário. Descanse em paz. Descansados estamos com o fim do seu sofrimento. Mas com as vidas mais vazias sem sua presença.

08/06/2007
por francis
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Liatris

Diego pediu para que eu divulgasse o site da Liatris, banda da qual ele faz parte. Eu divulgaria ainda que ele não pedisse. A banda é excelente, e o rock melódico, praga finlandesa que se espalhou pela galáxia toda, é bonitim…

O site foi muito bem construído e as músicas são muito boas. Prestigiem, ou não vão ganhar coca-cola na próxima visita… Vão lá… agora!!!!!

08/06/2007
por francis
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Em SSA

Vim a SSA sabendo que talvez esteja me despedindo de um amigo. De um amigo cuja amizade começou com um simples café vendido a um perdido advogado iniciante que tentava novamente reiniciar sua vida, nos idos de 2000, recém chegado da Noruega. De um amigo que me acolheu desde o primeiro momento, ele e sua esposa, recebendo-me na intimidade do seu lar – lar que inspirava todos os amigos pela paz que lá se sentia.

Esse amigo está indo embora. Maldito câncer, “pá”, diria ele. Ele, que veio de Angola, em busca de viver no Brasil a felicidade que seu país colonial lhe dava, mas que a metrópole, sem florestas, safaris e liberdade, jamais poderia lhe oferecer. Tentou esse amigo reviver no Brasil a sua Angola. Não conseguiu – O Brasil não era, pra melhor e pra pior, a colônia portuguesa que ele imaginava. Seus amigos tiveram melhor sorte (acharia ele, discordaria eu) emigrando para o Canadá, África do Sul, etc.

Digo eu que fez ele melhor: trabalhador incansável, fez de tudo nesse país, com uma esposa que lhe auxiliava (aliás, auxiliava somente não – lhe superava às vezes em trabalho), e conseguiu formar um pedaço de paraíso em forma de sítio, nunca me negando a paz daquele lugar.

Faziam o melhor café cremoso (e talvez o único) de Vitória da Conquista. Não contentes em nos oferecer a amizade, criaram uma teia de amigos do peito que enriqueceu as vidas daqueles que tiveram a sorte de os conhecer. Conto mais de 10 pessoas que são bons amigos meus e que me foram apresentados naquela lanchonete pelo S. Mário.

A rota para o forum deixará de ser tão agradável sem a lanchonete Delícias. E a vida se tornará bem mais triste sem a amizade e a alegria desse portuga. Espero por um milagre. Espero que seu travesseiro seja leve e confortável nessa hora de dor, nessa hora em que, aqui, sofremos com ele.

06/06/2007
por francis
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Falha técnica

Estivemos fora do ar por problemas técnicos em nossos transmissores. Voltamos agora com a programação anormal.

03/06/2007
por francis
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Yeahhhh

Run, Forrest, Run!

02/06/2007
por francis
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Ensina-me a viver…

Não, antes que você, leitora engraçadinha, me pergunte se estou apaixonado por alguma “Maud”, explico-lhe que não me chamo Harold… 🙂

Mas a vida não é como os primeiros Macs, que, reza a lenda, vinham sem manual de instruções, porque supunham-se tão amigáveis que a mera intuição possibilitava o uso por qualquer um (doce ilusão – isso até aquela bombinha infeliz que tinha nos System aparecer…). A vida deveria ter manual de instrução. Ou vai ver tem – vai que a Biblia, por exemplo, que já li centas vezes, seja um manual de instrução, e eu é que não me inclino a segui-la rigorosamente porque, afinal de contas, nunca fui dos melhores alunos em nada (tá, fui sim em algumas coisas, mas convenhamos que de vida conheço pouco, ou de repente conheço-a o bastante para saber que não se pode entendê-la).

Sim, o post é melancólico, como são os dias em que amanheço calmo após controlar um turbilhão de ansiedade de um dia interior. Sim, D. sabe do que estou falando, e I. também. Bom, o que importa é que hoje é um outro dia. Aliás, é engraçado como às vezes os antigos disseram coisas que hoje nos parecem tão profundas – será que simplesmente somos mais burros do que antigamente? Puxa, ao dizer “Conhece-te a ti mesmo”, Sócrates talvez tenha dado o conselho mais útil que alguém possa oferecer a alguém. E ele não tinha um Mac (se fosse hoje, seria o computador dele, ÓBVIO)… 😀

Mas enfim, não reparem esse post, que não se propõe a ser um desabafo, mas sim uma mera forma de ocupação do cabeção que, como percebem, se recusa a produzir algo que presta.

Esse frio de Conquista está insuportável. Passei a detestar o frio. Frio me lembra da Noruega, que, para mim, é como as Terras Imortais para os povos de Tolkien – ao inverso: um lugar para onde nunca mais vou voltar, mas que, por essa mania besta da humanidade em procurar refúgio no passado, sempre me parece como um lugar ideal e ao qual eu nunca deveria ter deixado. Esse frio gela os pés, e seria ótimo para beber, caso eu bebesse. Não, eu não bebo, leitores -fui fazê-lo na sexta anterior – nenhum vexame público, exceto perguntar a uma amiga, à exaustão, se ela estava bem: “Mas você tá bem? Tá bem mesmo? Puxa…. Vc tá bem??? Me fala se vc tá bem…”. Bosta…

Consegui emagrecer 6 quilos. Faltam 3. Mas esses 3 quilos se apegaram muito a mim, sabe? Não querem ir embora… Não importa o quanto queira enxotá-los, querem ficar. Não adianta querer deixá-los no meio das corridas de 10km que rendem canelites insuportáveis (se bem que estão até suportáveis). Voltam. Deve ser a frequência que vou ao rodizío de sushi nas quartas-feiras. Vou parar. Chega de Sushi (exceto em SSA).

Contei que comprei um relógio? Uma amiga dizia que meu Casio velho não me caia bem. Pobre Casio, companheiro de mais de 10 anos (contados da primeira encarnação do bicho). Ela dizia que eu ficava parecendo um técnico de computador que atende a domicílio (segundo ela, todos eles, supostamente nerds, usariam Casio). Mas, puxa vida, eu sempre quis ser técnico em informática… Não poderia ao menos usar o relógio deles? Enfim, agora uso um Swatch, relógio que surgiu para ser barato mas é caro, que mal me permite ver as horas à noite e que faz um tic-tac enjoado ao ser colocado muito próximo ao ouvido. Pronto, me vendi: agora sou um engravatado com swatch. Blargh. Mas tem nada não, um dia volto ao meu Casio, que ainda me acorda para correr. Só que essa noite esqueci o alarme ativado e o coloquei do outro lado do quarto. Sim, acordei 5:30 da manhã de um sábado. Pelo menos serviu para esvaziar a bexiga, que sempre castigo aos sábados por preguiça de ir ao banheiro.

E o trabalho, como vai? A lesma lerda… Ainda sem ganhar o meu primeiro milhão…. Mas, let’s face it, nunca corri atrás de um milhão, nem de dois, e talvez por isso nunca irei consegui-lo. Mas às vezes ele faz uma falta, né? Enfim, o trabalho trouxe algumas alegrias e alguns dissabores – felizmente os primeiros foram mais preponderantes. Ganhei um processo que imaginei perdido, perdi um que imaginei ganho, enfim… Mas a satisfação foi apenas profissional – dindin nenhum.

Já no setor público, pela primeira vez perdi a calma (e fui aplaudido por isso). História é a seguinte: pediram-me para fazer, em cima da hora, alguns contratos. Só que pediram em cima da hora. Já havia outro serviço urgentíssimo para fazer, portanto esses contratos não sairiam com a rapidez desejada, porque, caralho, “não somos máquina, homens é que somos”… Mas disse que, no outro dia, ao meio-dia, estariam todos prontos. Tudo certo? Tudo. Só que, meia-hora depois, começaram a ligar pedindo os contratos. Ligaram pra chefe, ligaram para minha colega, enfim, ligaram. E, no outro dia, começaram a ligar novamente. Ligaram umas 3 vezes. Até que atendi uma das ligações, e fiz um discurso onde os termos “moleque”, “irresponsável” e “me deixe trabalhar, me respeite” foram usados por mim sem nenhuma cerimônia ou moderação, aos sorrisos dos colegas de trabalho. Tropa de filho da puta sem costume. Porra, não falei que entregava ao meio dia? Isso aqui não é “Pequeno Príncipe” não (ou, como dizia o Pipi, “Pequeno Paneleiro”) – não tem isso de “se vieres às 3, às 2 vou ser feliz”. Porra, se você disse que vem às 3, chegue às 3 que a gente conversa. Saco. Aliás, falando em filho da puta, aprendi um mantra ensinado por PE: quando alguém insistir muito com uma coisa, tipo: “aceita um chá? Não, obrigado… Ah, aceite… chá é ótimo! Não, obrigado, não me apetece… Ah, não, que desfeita, tome o chá…”, diga, em voz alta, gesticulando com os braços: “PUTA QUE PARIUUUUUUUU!!!! EU NÃO QUERO ESTA MERDAAAAAAAAAA!!!!!! QUE SACOOOOOOOOOOO!!!!!! PÔOOOOORRAAAA VOCÊ É MUITO CHATOOOOOOOOOOO!!!!”. Tá, nunca vou dizer isso, mas toda vez que repito isso pra mim mesmo, me sinto bem mais leve. Hehehehe, sim, eu sou doente… hehehehehe

Ah, o sábado já ficou melhor…. “PUTA QUE PARIUUUUUUUUUUUUUUUUUUU…”  hehehehe

19/05/2007
por francis
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Eu quero um iPhone!!!!

Esses últimos meses têm sido marcados por algo imensamente legal quanto à minha visão: a pressão ocular raramente esteve tão baixa, a oftalmologista me disse que minha visão está ótima, e passei novamente no exame para renovação da carteira. Resumindo: oficialmente, não sou tão cegueta. Lógico que não me animo a fazer certas estripulias, mas é reconfortante saber que, afinal, não há nada tão extraordinário que eu não consiga enxergar.

Em Salvador,  onde estive algumas semanas atrás, quase comprei um PSP (Playstation Portátil), com o único objetivo de ver filmes quando estiver viajando ou para ver minhas séries favoritas deitado na cama (já que ainda não liguei o computador na TV). É que cansei de colocar o Macbook na barriga ou levá-lo em viagens. Mas meu surto (já acabado) de austeridade quanto ao uso do cartão de crédito me impediu de fazê-lo. Então resolvi usar o E61 (meu celular) para a tarefa. Ele se comportou muito bem tocando os vídeos, ainda que o frame rate não seja dos melhores. A tela foi suficiente para um cegueta (ou ex-cegueta… hehehe) como eu, mas isso à noite, no escuro e de óculos. Em um ônibus claro com lentes de contato acho que eu gostaria de algo maior, e o PSP viria a calhar.

Mas fico preocupado com isso de acumular muitos aparelhos, então pensei no iPhone – caramba, a tela dele é de 3.5 polegadas (ao contrário de 2.8 do meu E61, enquanto que a do PSP é de 4.3. E, de quebra, substituiria o iPod em viagens (ainda seria usado para as corridas, por causa do kit da Nike). Mas será que vão ser vendidos sem a necessidade de contratação de planos? Será que vamos comprá-los no eBay? Quero muito um…

Quando a não levar mais o Macbook em viagens, isso se deve a um aborrecimento. Comprei uma Airport Express para o escritório, porque o sinal do roteador Linksys não estava chegando na minha sala. E, de quebra, tenho um aparelho pequeno para levar em viagens, principalmente à casa da minha prima em Salvador, e poder usar a internet do quarto onde durmo (e também para ver filmes ou séries antes de dormir, mas para isso teria o iPhone… ;)). Porém, os infelizes do provedor dela, A TARDE Predial (que entrarão na lista de clientes do meu futuro Haras de Sodomização por Eqüinos de Grande Porte) bloqueiam o uso da rede por MAC address. E só aceitam um MAC address cadastrado. Já seria ruim se fosse ligar o computador direto (teria que telefonar pra eles, cadastrar meu MAC address, e ligar de novo para mudar de volta para o do computador da minha prima). Pior ainda usando o Airport, pois aí seriam 2 MAC address’. Merda! A NET, lá em SSA, pelo menos deixava cadastrar 2 ou 3 MAC address, e o Velox não tem essa limitação (também, a quantidade de gente que compartilha Velox não tá no gibi…). Resumindo: ficará impossível usar o Macbook em Salvador para acesso à internet, a não ser pagando fortuna por GPRS.

Portanto, se alguém tiver notícias do iPhone quando ele for lançado, e souber quem venda um, tô interessado… 😉

02/05/2007
por francis
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De volta a Conquista

Fui para SSA no feriado, e cheguei ontem à noite. Foi muito bom, surpreendentemente uma das melhores viagens que já fiz a Salvador. É que foi menos corrido, não tinha um milhão de coisas pra fazer, e aproveitei para aventuras gastronômicas. 2 vezes a restaurantes japoneses, outra vez fazendo goulash e beliscando uma coisinha ou outra no Shopping Barra.

Falando em Shopping Barra, incrível a quantidade de redes wireless lá. Captei umas 6,7. Só que quase todas fechadas. As abertas tinham algum proxy que impedia a navegação por pessoal não autorizado e/ou não configurado.

Hoje comprei a 5ª temporada de Seinfeld. Massa, né? E estudar, quando vou? 😀

21/04/2007
por francis
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P.S.

Tá, me chamem de alienado, mas Conquista agora sim é uma civilização completa: já temos Coca-Cola Zero… 😀 (com Goulash fica perfeito… :D)

21/04/2007
por francis
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Se a vida te der um limão…

Faça um goulash… 😉

Ontem pensei, às 18:00h, em pegar um ônibus e ir a Salvador. Lá, provavelmente iria tentar fazer com que a moça desistisse de um show maluco que se propôs a ir e fosse comer um goulash comigo. Minha outra opção seria ficar recluso até segunda-feira, esperando essa palhaçada chamada Micareta acabar. Pois bem: não fiz uma coisa nem outra. Dormi às 22:00h assistindo a algo bobo no Eurochannel, acordei hoje às 7:30h e continuei a assistir ao dito canal (adoro os filmes franceses, tão bobinhos… :D). Depois tive que ir ao escritório ver uns clientes e, após isso, ao supermercado para comprar algo para comer, já que meus amigos me deixaram na mão.

Chegando no supermercado, fui logo na balança para ver se as corridas diárias estavam dando resultado. Estavam – perdi 2kg nessa semana! Tinha que comemorar, então pensei em comprar alguns Nissins. Porém, para minha alegria, o que vejo, o que vejo? Pó para preparo de goulash!!!! Em júbilo, fui comprar os ingredientes. Este que vos escreve nunca na vida havia descascado mais que 1 batata ou cortado carne. Fiz hoje as duas coisas. Resolvi arriscar e comprei também linguiça para o guisado.

Senhores, nada como a comida industrializada… 😉 Claro, não era o fantástico goulash que se come no Bistrô Portosol (tampouco tinha o Reinhard pedindo paciência com a demora do prato – que nem é tão demorado assim, mas, sabe como é, taverneiro que é taverneiro é atencioso com os clientes – e nem a Dani fazendo tal demora parecer um segundo apenas), mas ficou muito bom (mesmo com a minha ousadia de colocar linguiça no prato). O dia ficou muito melhor com a barriga entupida de goulash e com nacos de toblerone (embalagem preta) como sobremesa. Agora tenho paciência e resignação para que a segunda-feira chegue logo…

Vejam o meu goulash no meio do preparo (ficou bem mais seco do que na foto, mas ficou ótimo):

Goulash